Canídeo de corpo comprido e pernas curtas fez rara aparição em área de conservação, sendo monitorado por câmeras fotográficas.
Registro audiovisual captou a presença de uma alcateia de cachorros-vinagre na reserva natural Amazônica, localizada no estado do Amapá. O raro canídeo, também conhecido pela denominação científica Speothos venaticus, foi avistado durante uma expedição de pesquisa da fauna local.
A presença do cachorro-vinagre, ou Speothos venaticus, na região é um sinal de que os esforços de preservação da biodiversidade estão começando a surtir efeitos positivos. A matilha avistada reforça a importância da proteção das áreas naturais para a conservação das espécies ameaçadas de extinção.
O surpreendente cachorro-vinagre: conheça mais sobre essa espécie
O registro das imagens foi divulgado ontem (15) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O cachorro-vinagre é um canídeo de corpo comprido, orelhas arredondadas e pernas curtas, com membranas interdigitais entre seus dedos, facilitando a locomoção na água. Possuem uma coloração castanho-avermelhada, e seus filhotes nascem acinzentados.
Características únicas do cachorro-vinagre
É o menor entre os canídeos brasileiros, mede entre 57 e 75 cm de comprimento, possui entre 12 e 15 cm de cauda e pode pesar de 5 a 8 kg. Segundo a analista ambiental do ICMBio Fernanda Colares a aparição é rara. ‘É um canídeo raro e de difícil registro.
Já havia sido identificado através de relatos de moradores da região, mas essas fotos confirmaram a existência da espécie no interior do parque’, disse Fernanda.
Monitoramento e preservação da biodiversidade
Para conseguir a captura de registro do cachorro-vinagre e de outras espécies foram instaladas mais de 60 câmeras fotográficas em pontos estratégicos, no interior da unidade de conservação, informo o ICMBio, .’O aparecimento da espécie dentro do parque significa que a unidade de conservação tem cumprido seu papel de conservação da biodiversidade na Amazônia.
Outras espécies também foram flagradas pelo programa de monitoramento, como anta, irara, queixada, jacamim, mutum, onça-parda, capivara, veado, cutia, tatu, gato-maracajá, jaguatirica, entre outras. Também são encontradas no parque espécies raras para o estado do Amapá como o furão (Galictis vitatta), além de outras espécies ameaçadas de extinção, como o tatu canastra (P. maximus), tamanduá-bandeira (M. tetradactyla), onça pintada (P. onca), e a ariranha (P. brasiliensis).
Importância dos morcegos na área de conservação
O Parque abriga ainda espécies endêmicas como a cuica (M. brevicaudata), a preguiça bentinho (B. tridactylus), a caiarara (C. Olivaceus), o macaco-voador (P. pithecia) e a coamba (A. paniscus). Na unidade foram identificadas 48 espécies de morcego, que por seu papel ecológico (contribuem para a dispersão de sementes e a polinização de plantas), são indicadores do nível de conservação de uma determinada área.
Ambientes preservados ou com moderado grau de alteração tendem a apresentar um elevado número de espécies de morcegos. Criado em 2002, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT) possui uma área de 3.846.427 ha e está localizado na porção Noroeste do Amapá. A unidade de conservação faz fronteira a Guiana Francesa e o Suriname. Este conteúdo foi criado originalmente em Agência Brasil.versão original
Fonte: © CNN Brasil