Protesto contra reajustes nas tarifas de transporte por redução de subsídios do governo. Manifestação coincidirá com discurso do presidente no Congresso.
Diversos cidadãos se manifestaram de forma pacífica contra os constantes aumentos na tarifa dos transportes públicos na capital argentina. A ação dos passageiros reflete o descontentamento com a política de reajustes adotada pelo governo de Javier Milei, que tem impactado diretamente o bolso dos usuários do transporte coletivo.
A atitude dos passageiros em pular as catracas é um reflexo da insatisfação generalizada com os altos custos das tarifas de transporte. O aumento constante das tarifas tem gerado uma onda de indignação na população, que busca formas de protestar contra o peso desses gastos extras no orçamento familiar. A pressão popular tem sido uma forma eficaz de chamar a atenção das autoridades para a necessidade de reavaliar os valores cobrados pelos serviços de transporte público.
A alta nas tarifas e os reajustes dos bilhetes
Os valores foram aumentados devido à retirada dos subsídios das tarifas de ônibus, trem e metrô, uma medida de ajuste fiscal anunciada quando Milei assumiu o cargo. O estado vinha bancando preços artificialmente baixos de tarifas de energia e de transporte por meio desses subsídios. De acordo com o ministro da Economia, Luís Caputo, em 12 de dezembro, essa medida era necessária para equilibrar as contas públicas.
O ‘catracaço’ e o protesto dos estudantes
O ‘Molinetazo’, mais conhecido como ‘catracaço’, foi convocado por estudantes de esquerda como forma de protesto. O ato foi marcado para o mesmo dia do início do ano legislativo na Argentina e do discurso do presidente Javier Milei para o Congresso. O objetivo do protesto era enviar uma mensagem clara ao governo sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com os constantes reajustes das tarifas.
Desde que Milei assumiu a presidência, os reajustes nos bilhetes têm ocorrido mensalmente. No caso do metrô, por exemplo, houve um aumento de 56% desde dezembro, passando de 80 pesos para 125 pesos em fevereiro. E segundo o jornal ‘Página 12’, esses aumentos devem continuar até junho, quando a tarifa do metrô atingirá 757 pesos.
O impacto nos passageiros e a empresa Trens Argentinos
Com o aumento das tarifas, as pessoas têm enfrentado dificuldades para se locomover e cumprir com suas obrigações diárias, como estudar e trabalhar. A empresa Trens Argentinos destacou ao jornal ‘La Nación’ que os passageiros flagrados pulando a catraca ou viajando sem pagar são obrigados a mostrar o bilhete SUBE e pagar a tarifa devidamente.
Caso a pessoa não tenha saldo suficiente, é aplicada uma multa de 1.300 pesos. Isso tem gerado desconforto entre os usuários do transporte público, que veem no aumento das tarifas uma barreira adicional para o seu deslocamento. A situação se agrava com o reajuste nos valores mínimos dos bilhetes, que chegam a 247,7% nos trechos de trem. A variação dos preços torna ainda mais complicada a situação dos passageiros, principalmente aqueles que dependem do transporte público diariamente.
Fonte: © G1 – Globo Mundo