BBC revela uso de imagens falsas de eleitores negros com Trump em tendência de desinformação nas eleições americanas: deepfakes, redes sociais e influência estrangeira em crescimento.
Recentemente, o uso de imagens falsas tem se tornando cada vez mais comum nas redes sociais, principalmente envolvendo figuras públicas. Apoiadores políticos estão recorrendo a essa prática para espalhar informações distorcidas e influenciar a opinião pública. Um exemplo disso é a criação e disseminação de montagens geradas que visam enganar os eleitores e promover determinadas narrativas.
Além das imagens manipuladas, outra técnica amplamente utilizada são os deepfakes, vídeos sintéticos que parecem extremamente reais. A disseminação de conteúdo falso está se tornando uma preocupação cada vez maior, à medida que as pessoas buscam maneiras de discernir a veracidade das informações que consomem diariamente. Portanto, é fundamental estarmos atentos e críticos em relação ao que vemos nas redes sociais.
Imagens falsas: uma ameaça crescente
O candidato do Partido Republicano de fato está abertamente se esforçando para ganhar os votos desse grupo demográfico, que foi fundamental para a vitória de Joe Biden em 2020. Mas a presença de deepfakes e imagens manipuladas está se tornando cada vez mais preocupante nessa estratégia de campanha.
Apesar de muitas das imagens falsas não terem ligação direta com a equipe oficial de campanha de Trump, é inegável que a disseminação de montagens geradas por IA está afetando a percepção do público sobre o candidato e sua relação com diferentes grupos demográficos.
Os deepfakes e imagens manipuladas estão se tornando uma ferramenta comum na disseminação de desinformação, com influência estrangeira sendo uma preocupação recorrente. A aparência real das imagens falsas e montagens geradas cria um cenário complexo para lidar com a disseminação de notícias falsas.
Investigações revelam a origem das imagens
Diferentemente de 2016, quando havia indícios de influência estrangeira nas campanhas, as imagens geradas por IA encontradas pela BBC parecem ter sido criadas e compartilhadas por eleitores americanos. Entre eles estão Mark Kaye e sua equipe de um programa de rádio conservador na Flórida, que criaram imagens falsas de Trump sorrindo em meio a um grupo de mulheres negras.
Essas montagens geradas podem passar despercebidas à primeira vista, mas a análise detalhada revela os sinais de manipulação. A equipe de Kaye compartilhou a imagem falsa no Facebook, atingindo sua audiência substancial e gerando polêmica sobre a veracidade das informações.
Alvos da desinformação: a comunidade negra sob ataque
Nós rastreamos a pessoa que administra o perfil chamado ‘Shaggy’, um apoiador de Trump que mora no Estado do Michigan. ‘[Minhas publicações] atraíram milhares de seguidores cristãos maravilhosos e de bom coração’, disse ele em mensagens enviadas à BBC nas redes sociais, bloqueando o contato quando questionado sobre a veracidade das imagens falsas.
Essas operações de desinformação direcionadas à comunidade negra, especialmente a jovens eleitores, representam um novo desafio para a manutenção da integridade das eleições. A disseminação de deepfakes e imagens geradas por IA mostra como a manipulação de informações pode afetar decisões políticas e a percepção dos eleitores.
Lidando com a ameaça das imagens falsas
Todas as principais empresas de redes sociais têm políticas em vigor para lidar com possíveis operações de influência, especialmente durante as eleições. Medidas adicionais para combater conteúdo gerado por inteligência artificial estão sendo implementadas para evitar a propagação de desinformação e preservar a integridade do processo eleitoral.
O crescimento da desinformação, impulsionado por deepfakes e montagens geradas, representa um desafio global. É fundamental que as autoridades e a sociedade estejam atentas aos riscos de conteúdos manipulados, adotando medidas para combater a disseminação de informações enganosas e preservar a democracia.
Fonte: © G1 – Globo Mundo