Problemas de concentração, memória e cansaço afetam brasileiros com a COVID-19, impactando a base populacional em campanhas de vacinação, com dificuldades financeiras e desigualdades sociais pós-infecção.
De acordo com os dados apresentados, a Covid-19 continua a afetar grande parcela da população brasileira, com 18,9% dos pacientes relatando sintomas persistentes, e 28,8% desses casos atuais. Essas queixas incluem ansiedade, cansaço e perda de memória, que são sintomas bastante comuns após a infecção.
A pandemia da Covid-19 trouxe não apenas um vírus de extrema gravidade, mas também impactos duradouros na saúde mental e física das pessoas. Os sintomas persistes da doença, como ansiedade e perda de memória, são preocupantes e merecem atenção especializada. Ao mesmo tempo, é importante lembrar que a imunização é um dos principais meios de reduzir o risco de contrair a doença e, consequentemente, de sofrer os seus efeitos a longo prazo.
Epicovid 2.0: Inquérito Nacional sobre Pandemia e Vacinação
O levantamento, conduzido a partir de 33.250 entrevistas em 133 cidades, avaliou os impactos devastadores da Covid-19 sobre a população brasileira, além da adesão às campanhas de vacinação, que atingiu 84,6% no esquema completo com duas doses. A pesquisa ‘Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil’ é um desdobramento de um estudo iniciado em 2020, quando o vírus SARS-CoV-2 começava a causar destruição ao redor do mundo. A análise revelou que a doença foi mais deletéria, incluindo nas condições pós-infecção, entre as populações mais vulneráveis, como indígenas e mulheres. Além disso, a pandemia aumentou desigualdades e agravou dificuldades financeiras e sociais em grupos historicamente afetados por essas disparidades.
A principal situação pós-covid relatada pelos entrevistados é a ansiedade, totalizando 33,1%, seguida por cansaço (25,9%), dificuldade de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%). Quatro anos após o início da pandemia, em um momento crítico da saúde pública no Brasil, apresentamos um estudo que não é um monitoramento, mas sim uma avaliação dos impactos que a pandemia teve sobre a vida das pessoas e de famílias brasileiras.
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o estudo foi iniciado e interrompido durante um período crítico não apenas pela emergência em saúde pública, mas também porque o Brasil vivia uma onda de negacionismo e de indisponibilidade de dados que deveriam ser públicos. O Ministério da Saúde reconhece a importância da pesquisa e mantém a linha de apoio, investindo mais de R$ 8 milhões no Epicovid. Com base nos dados da pesquisa, o ministério informou que mais de 28% da população foi infectada pelo vírus, o que corresponde a 60 milhões de pessoas.
O estudo foi realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e contou com a participação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A adesão às campanhas de vacinação contra a Covid-19 foi significativa, com 90,2% das pessoas ouvidas tendo recebido ao menos uma dose e 84,6% tendo completado o esquema vacinal com duas doses. A região Sudeste alcançou os maiores índices de vacinação e as populações que mais seguiram a recomendação de se proteger contra a doença.
Fonte: @ Veja Abril