Mobilização propõe que investimento em segurança pública seja destinado a periferias, com foco em educação, polícia comunitária e direitos humanos sociais.
Uma nova campanha chamada Desinveste Já teve seu lançamento no Rio de Janeiro, com o objetivo de mudar a forma como o orçamento de segurança pública é gerenciado. Em vez de priorizar a repressão policial, a campanha defende que os recursos sejam redestinados para áreas sociais, visando atender às necessidades das comunidades periféricas.
A campanha foi lançada em resposta ao alto número de mortes causadas pela atuação da polícia. Várias estratégias foram testadas para reduzir a letalidade da atuação policial, mas o número de mortes continua alto. A campanha propõe que o orçamento de segurança pública seja reduzido e redestinado para áreas sociais. A polícia deve ser vista como uma força de segurança pública que atua para proteger e servir o público, não como uma força de repressão. É necessário uma mudança na abordagem da segurança pública.
Patrick Melo, um jovem ativista pugnace pela mudança
Nascido e criado no morro do Borel, no Rio de Janeiro, a experiência de Patrick Melo como defensor dos direitos humanos começou aos dez anos de idade. Sua primeira experiência de ativismo foi quando ele segurou a faixa de protesto pela morte de um amigo da mesma idade, atingido por um tiro de fuzil disparado por um policial, uma tragédia que o marcou profundamente. Patrick Melo, 29 anos, é gerente de projetos da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJRacial), uma entidade que atua na Baixada Fluminense e defende a campanha Desinveste Já, que busca reorientar o orçamento da segurança pública em prol do investimento em áreas sociais.
Desafios do policial em um contexto de desigualdade
A campanha Desinveste Já reivindica a diminuição e o remanejamento do orçamento da segurança pública, com o objetivo de investir em áreas sociais e programas de promoção da cidadania e da segurança pública. Segundo Patrick, a ideia não é retirar salário dos policias, mas sim desinvestir em ações ostensivas e letais. A campanha também busca destacar a importância de investir em programas de formação em direitos humanos para policiais, bem como o uso de câmaras corporais, como uma forma de reduzir a violência policial.
Uma reflexão sobre a segurança pública
A campanha Desinveste Já utiliza duas comparações para ilustrar a sua proposta. A primeira compara o preço de um veículo blindado (caveirão), que custa R$ 652 mil, com o valor de duas ambulâncias. A segunda compara o preço de um fuzil com o da merenda servida nas escolas públicas estaduais, com um custo de R$ 0,76 por dia. Essas comparações visam mostrar a necessidade de reorientar o orçamento da segurança pública em prol do investimento em áreas sociais.
Um movimento nacional
A mobilização Desinveste Já visa reivindicar uma mudança na forma como a segurança pública é financiada no país, com o objetivo de reduzir a violência policial e promover a segurança de todos os cidadãos. Segundo Patrick, o movimento está inspirado nas experiências de outros países e nas discussões internacionais sobre a segurança pública.
Fonte: @ Terra