Identificação de novas espécies dos Gymnotiformes. Estudos moleculares e morfológicos para preservar biodiversidade e órgão elétrico de estática grande.
Partirá amanhã uma equipe de cientistas em uma expedição para investigar as florestas de altitude da Serra da Mantiqueira, em busca de espécies raras de anfíbios. A expedição terá duração de duas semanas e contará com especialistas em herpetologia.
Durante a viagem de pesquisa, os cientistas estarão acampados em locais remotos, realizando coleta de dados e amostras para análise em laboratório. A missão é contribuir para o conhecimento da biodiversidade da região e buscar novas informações sobre as espécies de anuros presentes nas áreas de Mata Atlântica.
Missão de pesquisa em busca de novas espécies
Além de identificar novas espécies, a expedição tem como missão contribuir para a conscientização e preservação da biodiversidade local. O projeto Diversidade e Evolução de Gymnotiformes, coordenado por Naercio Menezes, professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), está em andamento desde 2017.
Descoberta e descrição de novas espécies de poraquê
Em uma das coletas realizadas, um dos pesquisadores encontrou duas novas espécies de poraquê, sendo que uma delas tem a capacidade de produzir 650 volts através do órgão elétrico. Essa estática muito grande é suficiente para derrubar uma pessoa, conforme relato de Menezes.
Repercussão internacional e representatividade do Museu de Zoologia
A descoberta das novas espécies de poraquê provocou uma repercussão muito grande, sendo inclusive tema de um artigo publicado pelo jornal New York Times. Menezes destaca que o Museu de Zoologia tem uma representatividade muito grande no cenário nacional e internacional, especialmente no que diz respeito aos peixes de água doce.
Desafios e obstáculos à preservação das espécies
O trabalho da expedição enfrenta desafios relacionados à preservação das espécies, tais como a construção de usinas hidrelétricas, queimadas, mineração e destruição da floresta. Um dos objetivos é buscar espécies como a Iracema caiana, coletada apenas uma vez em 1968, a fim de contribuir com estudos em andamento e eventualmente originar a descrição de novas espécies.
Detalhes da viagem e expectativas dos pesquisadores
A expedição conta com cerca de 20 pessoas a bordo, incluindo tripulação e pesquisadores, que têm como destino final Santa Isabel do Rio Negro. A viagem está prevista para durar até 2 de março e promete ser muito produtiva devido às condições propícias que ela reúne, como o uso de uma rede de coleta específica e a época adequada para observação.
Variedade de métodos de estudo e descobertas surpreendentes
Os pesquisadores irão usar uma combinação de estudos moleculares, como análise de DNA, e trabalhos morfológicos e anatômicos para a identificação das espécies. Além disso, será investigado o uso da eletricidade pelos peixes-elétricos tanto para alimentação quanto para comunicação entre eles.
Comportamentos inesperados de predatórias em grupo
Um dos achados mais surpreendentes da expedição foi a descoberta de que os poraquês têm um comportamento de predação social, capturando presas em grupo. Este comportamento, até então desconhecido nos peixes, revela uma nova faceta no estudo da alimentação e da comunicação entre espécies marinhas.
Fonte: © CNN Brasil