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Alguns fungos estão evoluindo para infectar humanos, possivelmente devido à mudança climática, afetando pessoas com sistema imunológico comprometido.
Milhões de tipos de fungos são encontrados no ar, mas somente aproximadamente 20 deles têm potencial para provocar infecções em seres humanos. Essa situação acontece devido à eficácia do sistema imunológico em se defender desse conjunto de agentes patogênicos. Além disso, a temperatura do corpo humano é muito alta para a sobrevivência da maioria das espécies de fungos.
Os fungos são apenas um exemplo dos diversos microrganismos que podem interagir com o corpo humano. Algumas interações podem resultar em problemas de saúde, como as micoses, enquanto outras, como o consumo de cogumelos, podem ser benéficas. É importante compreender a complexidade dessas relações para promover a saúde e o bem-estar de forma adequada.
Fungos: Microrganismos que estão se adaptando ao calor corporal
Fungos, microrganismos que desempenham papéis essenciais na natureza, estão mostrando uma capacidade surpreendente de se adaptar ao calor corporal humano, de acordo com um estudo recente. Essa adaptação pode ter implicações significativas, possivelmente relacionadas ao aquecimento global.
Os pesquisadores alertam que a importância e os perigos dos fungos podem ter sido subestimados até agora. Em um estudo publicado na revista Nature Microbiology, foi destacado que alguns fungos estão evoluindo para se tornarem patógenos capazes de infectar seres humanos. Essa evolução pode estar ligada às mudanças climáticas em curso.
Uma descoberta preocupante foi a identificação de fungos que antes não eram conhecidos por causar doenças em humanos, infectando pacientes com sistemas imunológicos comprometidos. Essa situação imita o que poderia ocorrer em pessoas com imunidade enfraquecida.
A temperatura corporal humana de 37°C, considerada alta para a maioria dos fungos, historicamente protegeu os mamíferos contra esses patógenos. No entanto, novas evidências revelaram que certas espécies de fungos, como R. fluvialis e R. nylandii, conseguem tolerar essa alta temperatura.
Além disso, foi observado que a temperatura corporal elevada aumenta a taxa de mutações nas colônias de fungos, tornando-os resistentes a medicamentos antifúngicos. Essa resistência representa um desafio significativo no tratamento de infecções fúngicas.
O estudo levanta questões sobre a possibilidade de outros microrganismos se adaptarem de maneira semelhante, potencialmente resultando em doenças infecciosas graves em humanos. A falta de opções terapêuticas eficazes para combater essas infecções representa uma preocupação adicional.
A relação entre o aquecimento global e a evolução dos fungos é destacada pelos pesquisadores. Eles apontam que o aumento das temperaturas pode estar impulsionando a resistência e virulência desses microrganismos, tornando-os mais aptos a causar doenças.
Embora ainda faltem evidências diretas para confirmar essa conexão, observa-se um padrão preocupante de tolerância ao calor e crescimento em temperaturas mais elevadas em várias espécies de fungos. Essas descobertas ressaltam a importância de monitorar de perto a evolução dos fungos e desenvolver estratégias eficazes para lidar com possíveis ameaças à saúde pública.
Fonte: @ Terra