Ônibus do Tricolor do Pici apedrejado após empate com o Sport. Departamento de Performance auxilia no suporte psicológico após traumas causados pelo ataque.
Além das lesões físicas, os atletas também apresentaram ferimentos e contusões decorrentes do incidente. A equipe médica do Fortaleza está dedicada a tratar todos os machucados para garantir a recuperação plena dos jogadores o mais rápido possível.
Atualização sobre a situação dos jogadores após ataque a ônibus
Jogadores do Fortaleza compartilham as consequências do ataque sofrido após o jogo contra o Sport Médico do Fortaleza atualiza situação de jogadores feridos após ataque a ônibus – Nós estamos lidando com seis atletas periciados.
Dentre os seis, pude observar pelo menos 1.200 lesões nesses jogadores. A natureza das lesões, sem dúvida, é impactante. Encontramos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau e até lesões com deformidade permanente. Algumas dessas lesões são tão graves que se tornaram cicatrizes definitivas.
– Não há dúvidas de que hoje não estamos lamentando a perda de alguém por meros segundos ou por intervenção divina.
Porque muitas dessas lesões poderiam ter tido consequências fatais por apenas centímetros – afirmou o diretor.
O médico da equipe exemplificou ainda as lesões causadas por traumas psicológicos. – Essa é uma área difícil de avaliar, mas pesquisas já mostram que o estresse pós-traumático tem consequências reais, afetando causas somáticas. Não é apenas a reação emocional, há alterações hormonais em certas regiões cerebrais que levam a mudanças significativas na rotina das pessoas – esclareceu.
+ Opinião: ataque ao ônibus do Fortaleza configura tentativa de homicídio; punição deve ser rigorosa Escobar, lateral-esquerdo do Fortaleza — Foto: Mateus Lotif/FEC O caso mais preocupante é o do lateral Escobar.
O jogador precisou levar 13 pontos da boca até a sobrancelha e será o que demandará mais atenção e tempo para retornar aos treinos. – A situação de Escobar é realmente tocante, de partir o coração, o que ele teve que passar nos primeiros dias. Naquele momento, ele sequer estava em condições de ser levado a um hospital de maior especialização.
Precisou ir para o hospital mais próximo e ficou na UTI até recuperar a consciência e receber os primeiros cuidados – recordou. Escobar foi diagnosticado com um traumatismo cranioencefálico, além de várias lesões. O médico também ressaltou o apoio psicológico oferecido pela equipe aos jogadores.
– Organizamos uma estrutura especial, um esforço concentrado para proporcionar esse suporte psicológico a eles. Nem todos os jogadores têm familiares por perto, alguns têm, outros apenas em parte. Estamos tentando visitá-los em casa para prestar esse suporte, mas também trazê-los de volta ao clube, visto que o convívio com os colegas é benéfico.
Às vezes, ficar isolado só faz reavivar o acontecimento na mente, prejudicar o sono, o bem-estar. Estamos oferecendo apoio psicológico, com medicação para aqueles que vemos que necessitam neste momento. E aos poucos, vamos tentar reinseri-los, respeitando a dor de cada um – concluiu.
Situação clínica dos atletas após ataque a ônibus é detalhada pelo médico do Fortaleza
O Fortaleza realizou uma nova apresentação no fim de semana e abriu o treino ao torcedor, que compareceu maciçamente para mostrar apoio.
O Leão do Pici solicitou e a CBF mudou a data do próximo jogo. A partida contra o Fluminense-PI pela Copa do Brasil passou do dia 29 de fevereiro para o dia 3 de março.
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Fonte: © GE – Globo Esportes