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Pesquisadores da USP criam processo com lã de aço e água oxigenada para eliminar poluentes tóxicos de rios, como fenol e bifenol A.
Uma técnica desenvolvida por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), utilizando lã de aço e água oxigenada, mostrou-se eficaz na remoção de substâncias nocivas da água, garantindo assim a preservação do meio ambiente.
Esse método inovador, que combina a técnica de limpeza com materiais simples e acessíveis, representa um avanço significativo na busca por soluções sustentáveis para a questão da poluição hídrica. A USP continua a investir em pesquisas que visam aprimorar ainda mais a eficácia desse método, visando um futuro mais limpo e saudável para todos.
Desenvolvimento de um Método Inovador para o Tratamento de Poluentes Tóxicos
Um método inovador, simples e eficaz, está sendo desenvolvido para combater a poluição causada por substâncias presentes em produtos industriais e atividades humanas, como o fenol, bifenol A e tetrabromobisfenol A. Essas substâncias, como o fenol, encontrado em efluentes industriais, o bifenol A, presente em plásticos, e o tetrabromobisfenol A, um retardante de chama aplicado em diversos produtos, podem causar sérios impactos ambientais e à saúde humana.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo estão focados em aprimorar um método que visa degradar esses poluentes de forma eficiente. Estudos indicam que essas substâncias podem afetar negativamente a tireoide, as mamas e o sistema reprodutor masculino, além de causar desequilíbrios hormonais em animais aquáticos.
A técnica desenvolvida pelos pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) envolve um processo dividido em duas etapas. Inicialmente, a lã de aço é introduzida na água, liberando lentamente partículas de ferro que reagem com os compostos tóxicos, quebrando-os em moléculas menores. Em seguida, a água oxigenada é adicionada à solução, transformando os resíduos de poluentes em dióxido de carbono e água.
Uma das vantagens desse método é a sua automatização, que permite o tratamento dos contaminantes em um único ciclo, sem a necessidade de múltiplas etapas. Isso possibilita um tratamento contínuo, sem a geração de resíduos como o lodo, já que a lã de aço libera o ferro gradualmente.
Os pesquisadores destacam que essa abordagem representa um avanço significativo na capacidade de tratamento de poluentes emergentes, oferecendo uma solução mais sustentável e econômica. Os próximos passos da pesquisa incluem avaliar a eficácia do tratamento em diferentes tipos de água, validar a qualidade da água tratada por meio de outros testes e estudar a escalabilidade do método.
É fundamental monitorar de perto esses contaminantes, uma vez que os sistemas atuais de tratamento de água não são eficazes na remoção dessas substâncias. O professor Eduardo Bessa Azevedo ressalta a importância de acompanhar de perto a presença desses poluentes, visto que a legislação atual não os limita e os sistemas de tratamento existentes não estão preparados para lidar com eles de forma eficaz.
Fonte: © G1 – Globo Mundo