Levantamento conduzido pela Silverguard revela golpes de engenharia social, como ‘Urubu do Pix’ e ‘Pix Multiplicador’, afetando todas as classes sociais em transações, investimentos e meio de pagamento instantâneo.
Em apenas quatro anos de inovação, o pix se firmou como o meio de pagamento mais popular entre os brasileiros. Isso é comprovado pela nossa análise dos dados do Banco Central, que revelaram o aumento significativo das transações realizadas por meio do pix, chegando a R$ 52,6 trilhões em apenas setembro.
A rapidez e a conveniência do pix tornaram-no uma escolha preferida para as transações cotidianas. No entanto, essa facilidade também pode ser um incentivo para a falta de atenção aos detalhes financeiros, levando a erros que podem resultar em prejuízos financeiros desnecessários. É fundamental que os usuários tenham cuidado ao realizar transações pelo pix, garantindo que as informações sejam corretas para evitar problemas futuros.
O Pix e a sofisticação dos golpes
O recurso do pix tem sido uma ferramenta amplamente utilizada por golpistas para realizar golpes como o falso emprego, a falsa ajuda para estranhos, as compras em lojas perfis falsos, e a atracção de pessoas com falsas oportunidades de investir e multiplicar dinheiro. Neste último caso, o prejuízo médio é de R$ 3.600. Conforme um levantamento conduzido pela Silverguard, empresa especializada em proteção financeira digital, com dados do Banco Central e análises de cinco mil denúncias de vítimas na Central SOS Golpe, considerando o período de janeiro a junho de 2024.
Os usuários de pix mais jovens, com menos de 18 anos, são particularmente vulneráveis a essa fraude, com 21% dos casos relatando perdas financeiras devido à falsa oportunidade de multiplicar e investir dinheiro. No grupo de usuários de pix com idade entre 18 e 29 anos, 16,5% também se dejam enganar, fazendo depósitos a partir do pix. Outros grupos também são afetados, com 16% da faixa etária de 30 a 39 anos e 13% da faixa etária de 40 a 49 anos relatando perdas financeiras. A fraude não é comum entre os usuários de pix com mais de 50 anos.
A média de prejuízo do golpe de multiplicar dinheiro/investimento falso entre as pessoas da classe AB é de R$ 28.700, enquanto na classe C é de R$ 9.600 e na classe D, de R$ 2 mil. Segundo a fundadora da Silverguard, Marcia Netto, esses golpes têm várias abordagens, mas o objetivo é sempre o mesmo: prometer um lucro fácil e rápido. Geralmente, começam com mensagens enviadas por WhatsApp ou aparecem nas redes sociais, como Instagram e Facebook, sob nomes chamativos, usando técnicas de engenharia social.
Para conseguir com que os interessados agissem por impulso, os golpistas oferecem ‘oportunidades imperdíveis’ de até 300% de lucro, com retorno no mesmo dia. Se a vítima realizar uma transferência via pix de determinado valor, receberá de volta um valor muito maior de volta. Em muitos casos, contas hackeadas de conhecidos são usadas para aumentar a confiança na ‘oportunidade’ e são apresentadas tabelas com valores de ‘investimento’ para a vítima escolher e saber quanto vai receber de volta multiplicado.
Uma versão ainda mais sofisticada é quando chegam a fazer o pagamento dos primeiros investimentos (valores baixos) para conquistar a confiança da vítima, criando uma sensação de segurança e engajar ainda mais a vítima a fazer pagamentos de valores maiores. Outro golpe que se destaca é a compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso. O prejuízo médio é de R$ 1.050, mas há vítimas em todos os grupos etários mapeados no levantamento.
Fonte: @ Valor Invest Globo