Corticoides podem tratar várias condições, mas é preciso cuidado: doenças endócrinas, colágeno e infecções fúngicas podem complicar. Busque orientação médica para evitar problemas.
A prednisona é um medicamento com propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras amplamente utilizado no tratamento de diversas condições, como alergias, doenças autoimunes, distúrbios hormonais e alguns tipos de câncer. Sua ação se dá principalmente pela inibição da liberação de substâncias inflamatórias no organismo, reduzindo assim a resposta do sistema imunológico.
Assim como outros corticosteroides, a prednisona pode causar alguns efeitos colaterais, como aumento do apetite, retenção de líquidos e alterações no humor. Portanto, é importante seguir as recomendações médicas e realizar acompanhamento durante o tratamento com prednisona para minimizar esses possíveis impactos na saúde. Além disso, é fundamental não interromper o uso do medicamento sem orientação, pois a suspensão abrupta pode acarretar complicações. Procure sempre um profissional de saúde para mais informações sobre o uso de corticosteroides.
O que é prednisona?
A prednisona é um anti-inflamatório hormonal (ou seja, um corticosteroide) desenvolvido sinteticamente com base no cortisol, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais (localizadas acima dos rins), de acordo com a farmacêutica Marília Visacri, professora do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Para que serve a prednisona?
A prednisona tem diversos usos. Pode atuar como anti-inflamatório, antirreumático (para tratar doenças que acometem os ossos e as articulações) e antialérgico. Por isso, é indicada para múltiplas questões de saúde.
São elas:
- Doenças endócrinas (afetam glândulas);
- Doenças osteomusculares (afetam os ossos e músculos, como alguns tipos de artrite);
- Distúrbios do colágeno (afetam vários órgãos e têm causa autoimune);
- Doenças dermatológicas (afetam a pele);
- Doenças alérgicas (em especial, as não tratáveis com terapia convencional);
- Doenças oftalmológicas (afetam os olhos);
- Doenças respiratórias;
- Doenças hematológicas (que acometem o sangue);
- Tumores (por ser usada, por exemplo, como medicação paliativa no tratamento de leucemia e linfomas em adultos);
- Outras doenças que respondam ao tratamento com corticosteroides.
Quem não pode tomar prednisona?
Pessoas que já tenham tido reações alérgicas ou incomuns à prednisona, a qualquer dos seus componentes ou a outros corticosteroides não devem tomar o medicamento. Também há contraindicações para indivíduos com infecções, especialmente as sistêmicas causadas por fungos, e que estejam tomando antifúngicos orais, segundo a farmacêutica Patrícia Aguiar, professora do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.
Vale destacar que mulheres grávidas ou que estão amamentando não devem usar o medicamento sem indicação do profissional de saúde. Isso porque, o fármaco pode passar pela placenta e pelo leite materno – e não há estudos avaliando os possíveis perigos disso.
Pessoas com infecções no olho causadas pelo vírus da herpes simples devem falar com o médico antes de tomar o medicamento, pois há risco de perfuração da córnea (membrana que protege o globo ocular).
A bula pontua também que há situações de saúde que devem ser conhecidas pelo médico antes de o paciente seguir com o tratamento. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável.
Qual a maneira certa de tomar a prednisona?
De acordo com a orientação médica. Inclusive, essa medicação só é vendida mediante a apresentação da receita de um profissional de saúde.
Apesar disso, a bula faz recomendações gerais:
- O comprimido deve ser tomado com um pouco de líquido, pela manhã;
- A dose inicial para adultos pode variar de 5 a 60 mg diários;
- A dose diária para crianças pode variar de acordo com o peso ou metro quadrado da superfície corporal do paciente;
- Quando usada por um amplo período de tempo, pode ser tomada em dias alternados.
Mas, de acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o tratamento costuma durar cerca de 5 dias.
Pode ser usada por crianças?
Esse medicamento pode ser usado por crianças, mas mediante orientação e acompanhamento médico – até porque há riscos envolvidos, como prejuízos no crescimento infantil.
Em quanto tempo a prednisona faz efeito?
De acordo com a bula, o pico do efeito acontece de uma a três horas depois da ingestão oral do medicamento.
Quais são os efeitos colaterais da prednisona?
De acordo com as especialistas, o efeito colateral mais comum da prednisona é a dor de estômago. Além disso, elas destacam que o uso prolongado do medicamento pode causar ganho de peso, hipertensão, retenção de líquidos e osteoporose (doença caracterizada pela fraqueza óssea).
A bula cita ainda possíveis reações psiquiátricas, neurológicas, oftalmológicas e dermatológicas. Além disso, de acordo com a bula, a interrupção abrupta do uso da prednisona pode levar a problemas renais.
Por isso, em caso de reações adversas, é mais indicado diminuir a dose do que parar com o tratamento por completo – além, é claro, de falar com o médico.
Leia também
- Documento inédito mostra remédios que interferem na segurança ao dirigir; confira lista
- Azitromicina: o que é, para que serve e quais os cuidados ao usar esse medicamento
Pode tomar com outros medicamentos?
Depende. De acordo com a bula, há substâncias que, se ingeridas em conjunto com a prednisona, podem atrapalhar os efeitos da medicação, além de causarem prejuízos ao organismo.
Seguem alguns exemplos:
- Anti-inflamatórios não hormonais, como o ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente como aspirina;
- Antirretrovirais, como o ritonavir e lopinavir;
- Antifúngicos, como o itraconazol e a anfotericina;
- Anticonvulsivantes, como fenobarbital e fenitoína;
- Estrogênios (hormônios femininos);
- Antidiabéticos;
- Hormônios do crescimento.
Ainda segundo a bula, o álcool também não deve ser consumido em conjunto com a prednisona.
Essa mistura pode causar problemas gastrointestinais. As especialistas destacam que durante o tratamento com prednisona com altas doses, não é recomendado tomar vacinas produzidas com vírus vivos atenuados. Segundo elas, isso acontece porque altas doses desse fármaco podem diminuir a resposta imunológica do organismo, deixando-o mais suscetível a infecções.
Fonte: © MEC GOV.br