Quasares são núcleos luminosos de galáxias distantes alimentados por buracos negros supermassivos. A energia emitida por eles é proveniente da matéria atraída pelo buraco negro de crescimento rápido.
Os quasares são objetos extremamente brilhantes que brilham intensamente no espaço. Utilizando tecnologia avançada, os cientistas conseguiram identificar um quasar especialmente luminoso, superando todas as expectativas anteriores. Os quasares são considerados verdadeiros fenômenos cósmicos que nos ajudam a compreender melhor o universo.
Esses objetos fascinantes são alimentados por buracos negros supermassivos, que estão localizados no centro das galáxias distantes. Os quasares são os objetos mais brilhantes do universo, emitindo enormes quantidades de energia que desafiam a nossa compreensão. Estudar esses fenômenos cósmicos nos proporciona insights incríveis sobre a formação e evolução das galáxias.
Os quasares e os buracos negros supermassivos
O buraco negro desse quasar recordista está crescendo em massa equivalente a um Sol por dia, tornando-o no buraco negro de crescimento mais rápido até o momento. Os buracos negros que alimentam os quasares recolhem matéria do seu entorno num processo tão energético que emite grandes quantidades de luz.
Os quasares e a energia emitida pelos buracos negros supermassivos
Tanto é verdade que os quasares são alguns dos objetos mais brilhantes do nosso céu, o que significa que mesmo os distantes são visíveis da Terra. Como regra geral, os quasares mais luminosos indicam os buracos negros supermassivos de crescimento mais rápido. Descobrimos o buraco negro de crescimento mais rápido conhecido até hoje.
Tem uma massa de 17 bilhões de Sóis e come pouco mais de um Sol por dia. Isto torna-o no objeto mais luminoso do Universo conhecido’, afirma Christian Wolf, astrônomo da Universidade Nacional Australiana (ANU) e principal autor do estudo publicado nesta segunda (19) na Nature Astronomy. Além disso, a matéria atraída para este buraco negro emite tanta energia que o quasar é 500 bilhões de vezes mais luminoso que o Sol. Chamado de J0529-4351, esse quasar está tão longe da Terra que a sua luz levou mais de 12 mil milhões de anos para chegar até nós.
A descoberta dos quasares mais luminosos
‘É uma surpresa que tenha permanecido desconhecido até hoje, quando já conhecemos cerca de um milhão de quasares menos impressionantes. Ele tem estado literalmente na nossa cara até agora’, diz o coautor Christopher Onken, astrônomo da ANU. Ele acrescentou que este objeto apareceu em imagens do Schmidt Southern Sky Survey do ESO que datam de 1980, mas só foi reconhecido como um quasar décadas mais tarde.
Encontrar quasares requer dados observacionais precisos de grandes áreas do céu. Os conjuntos de dados resultantes são tão grandes que os pesquisadores costumam usar modelos de aprendizado de máquina para analisá-los e diferenciar os quasares de outros objetos celestes. Se um novo quasar for mais luminoso do que qualquer outro observado anteriormente, o programa poderá rejeitá-lo e classificá-lo como uma estrela não muito distante da Terra.
A importância dos telescópios na identificação dos quasares
Uma análise automatizada de dados do satélite Gaia da Agência Espacial Europeia passou por J0529-4351 por ser muito brilhante para ser um quasar, sugerindo que se tratava, em vez disso, de uma estrela. Os investigadores identificaram-no como um quasar distante no ano passado, usando observações do telescópio ANU de 2,3 metros, no Observatório Siding Spring, na Austrália. Descobrir que era o quasar mais luminoso já observado, no entanto, exigiu um telescópio maior e medições de um instrumento mais preciso.
O espectrógrafo X-shooter montado no VLT do ESO, no deserto chileno do Atacama, forneceu os dados cruciais. Além disso, o Extremely Large Telescope (ELT) do ESO, um telescópio de 39 metros em construção no deserto chileno do Atacama, tornará ainda mais viável a identificação e caracterização destes objetos esquivos. Encontrar e estudar buracos negros supermassivos distantes poderia lançar luz sobre alguns dos mistérios do Universo primitivo, incluindo como eles e as suas galáxias hospedeiras se formaram e evoluíram.
Mas essa não é a única razão pela qual Wolf os procura. ‘Pessoalmente, simplesmente gosto da perseguição’, diz ele. ‘Durante alguns minutos por dia, sinto-me como uma criança novamente, brincando de caça ao tesouro, e agora trago para a mesa tudo o que aprendi desde então’, conclui.
Fonte: © CNN Brasil