Uma boca saudável influencia o estado nutricional, relação emocional e bem-estar psicológico. Cuidados com dentes e visita ao dentista são essenciais para a saúde geral.
Manter a saúde bucal em dia é essencial para garantir uma boa qualidade de vida, não apenas na terceira idade, mas em todas as fases da vida. Um sorriso saudável não só contribui para a autoestima, mas também está diretamente ligado à saúde do corpo como um todo. Por isso, é fundamental ter cuidados com a boca diariamente.
Além de escovar os dentes após as refeições e usar o fio dental regularmente, é importante fazer visitas periódicas ao dentista para avaliar a saúde bucal e prevenir possíveis problemas. Os cuidados com a boca vão muito além da estética, pois uma boa higiene bucal contribui para a prevenção de doenças como cárie e gengivite, além de evitar problemas mais sérios no futuro.
Saúde bucal: impactos na qualidade de vida dos idosos
Os pesquisadores destacam que a manutenção de uma saúde bucal adequada vai além da ausência de doenças, influenciando diretamente no bem-estar físico e emocional das pessoas idosas. Conforme o estudo apontou, a saúde oral desempenha um papel crucial na escolha dos alimentos que os indivíduos podem consumir.
Além da relação com o estado nutricional, os pesquisadores observaram que, quanto mais precária for a condição da boca, menor tende a ser o bem-estar psicológico e até mesmo a qualidade dos relacionamentos interpessoais. A má condição bucal não só acarreta consequências para a saúde de maneira geral, mas também impacta a estética facial, a interação social, a ingestão dos nutrientes e proteínas essenciais para fortalecer o organismo.
O cirurgião-dentista Letícia Bezinelli, coordenadora do curso de odontologia e responsável pelo serviço odontológico do Hospital Albert Einstein, ressalta que o bem-estar está intrinsecamente ligado a esses aspectos. Os autores da pesquisa realizaram uma extensa avaliação com 218 voluntários, todos com mais de 60 anos de idade.
Higiene bucal e sua importância para a saúde geral
Durante a pesquisa, além das informações nutricionais e histórico médico, os voluntários responderam a questionários sobre qualidade de vida, bem-estar e conexões sociais. Posteriormente, a saúde bucal foi minuciosamente examinada, indo além da simples verificação de ausência de doenças.
Foram investigados aspectos como quantidade de dentes, força de mastigação, pressão exercida pela língua, quantidade de bactérias na boca, eficácia da mastigação e deglutição, níveis de hidratação oral e habilidade de fala. A falta de atenção ao longo da vida pode acarretar o aparecimento de cáries e doenças periodontais, que por sua vez contribuem para a perda dentária.
Com o avançar da idade, é comum ocorrer uma diminuição na produção de saliva, resultando em ressecamento oral (xerostomia), prejudicando a proteção dos dentes e mucosa oral, facilitando o crescimento de bactérias e a formação de cáries, inflamações e lesões. Ademais, os idosos podem apresentar retração gengival, exposição da raiz dos dentes, alterações de paladar e até, em casos extremos, desenvolver câncer bucal.
Visitas regulares ao dentista: prevenção e detecção precoce
Para mitigar tais problemas, é essencial manter uma adequada higiene bucal, utilizar produtos hidratantes para boca e lábios, bem como cremes dentais isentos de lauril-sulfato de sódio, substância que pode provocar desconforto principalmente em pessoas mais velhas. Além disso, é crucial manter a devida hidratação e adotar uma alimentação equilibrada.
As visitas periódicas ao dentista são fundamentais não apenas para prevenção e diagnóstico precoce de doenças, mas também para identificar condições que possam impactar na mastigação e deglutição. Em situações em que alterações no paladar comprometem a alimentação, é indispensável o suporte de uma equipe multidisciplinar para avaliar a cavidade oral, fornecer orientação nutricional e médica para restabelecer os níveis de nutrientes adequados.
Os idosos são mais suscetíveis a infecções oportunas decorrentes de fungos, bactérias e vírus, manifestadas sob a forma de placas, úlceras e abcessos. Problemas odontológicos podem até desencadear condições mais graves, como a pneumonia, em pacientes que não eliminam focos infecciosos presentes na boca.
Impacto dos hábitos modernos na saúde bucal
Alguns comportamentos característicos da vida contemporânea podem acelerar o envelhecimento precoce dos dentes. O consumo excessivo de refrigerantes, ricos em açúcar e substâncias prejudiciais, pode contribuir significativamente para este processo.
O bruxismo, frequentemente associado ao estresse, resulta no desgaste, fratura, trincas e eventual perda dentária. O tratamento envolve o uso de placas, restaurações e ajustes na oclusão, aliados ao controle da tensão. A prática do tabagismo, tanto convencional quanto eletrônico, aumenta o risco de inflamação gengival e doenças periodontais, acarretando a perda dentária precoce e conferindo um aspecto envelhecido ao indivíduo.
Fonte: © MEC GOV.br