A catedral reabre após cinco anos de titanescas obras, com investimentos de € 706 milhões, sendo um monumento histórico de alta-costura, com métodos ancestrais restaurado.
A reconstrução da catedral de Notre-Dame de Paris, após o devastador incêndio em 15 de abril de 2019, foi um desafio notável. O presidente francês, Emmanuel Macron, propôs um prazo ambicioso de cinco anos para a conclusão da obra, o que gerou muitas dúvidas entre os especialistas, devido aos danos irreparáveis causados pelo incêndio.
Com a experiência do arquiteto Philippe Villeneuve, responsável pela restauração da Catedral de Santo Estêvão em Angers, os trabalhos começaram em 2021, com um orçamento estimado de 850 milhões de euros. A reconstrução da catedral deveria refletir sua versão original, em sua maioria, com a utilização de materiais da região. A restauração da igreja também incluiu a criação de um centro de visitantes e a reabertura da Notre-Dame em 2024, para as festas olímpicas de Paris, um marco para a cidade.
Reconstrução da Notre-Dame
A explosão do telhado da Notre-Dame, em 2019, foi um golpe devastador para a cidade de Paris e o mundo. A estrutura, que resistira ao fogo, estava fragilizada, mas deu tempo para uma obra titanescas de reconstrução. Ao custo de € 706 milhões, um dos símbolos mais emblemáticos da França foi devolvido no sábado, 7 de dezembro, a Paris — e ao mundo.
Restauro e Renovação
As obras, que duraram cinco anos, foram um verdadeiro empreendimento de alta-costura. A área da catedral se transformou em um canteiro de obras onde os artesãos trabalharam incansavelmente para preservar o patrimônio histórico. ‘Essas obras refletem a aliança entre o que existe de melhor hoje em termos tecnológicos e as tradições’, diz Mathieu Lours, historiador especializado em arquitetura religiosa. ‘É a aristocracia do artesanato’.
Obras Ancestrais
As estruturas de carvalho do teto da nave e do altar principal, totalmente consumidas no incêndio, foram reconstruídas tais quais as originais — e artesanalmente, como se fazia na Idade Média. O mesmo princípio guiou a construção da famosa agulha de madeira, revestida por chumbo, de 96 metros de altura, datada do século 19. A cena da torre despencando em meio a chamas, a quase cem metros do chão, foi uma das imagens mais devastadoras da tragédia.
Restauração das Pinturas Murais
As paredes internas, de pedra, haviam sido limpas pela última vez em 1864. O mesmo ocorreu com as pinturas murais das 23 capelas da Notre-Dame, desgastadas por mais de um século sem conservação. Restauradas, recuperaram as cores vibrantes, como imaginadas pelo arquiteto Viollet-le-Duc no século 19, até então, data da última renovação do edifício.
Uso de Novas Tecnologias
A reconstrução da catedral contou com o uso de novas tecnologias, como modelação 3D, mas não se limitou a proezas técnicas da arquitetura e da engenharia. Pinturas, esculturas, vitrais, sinos e o grande órgão, com oito mil tubos, foram desmontados um a um e enviados para ateliês por toda a França, onde foram restaurados segundo métodos ancestrais.
Doações
Tudo isso foi só possível graças a uma das maiores operações de filantropia cultural já realizadas no mundo, se não a maior: € 846 milhões arrecadados com as doações de 340 mil doadores. A cerimônia de reabertura está prevista para às 19:40 (15:40, no Brasil).
Fonte: @ NEO FEED