A tábua de mármore foi arrematada, mas especialista em textos judaicos questiona sua autenticidade, já que objetos da região são frequentemente falsificados.
Uma tábua de mármore, considerada pela Sotheby’s como a mais antiga do mundo, gravada com os Dez Mandamentos, foi vendida em leilão por mais de US$ 5 milhões em Nova York. Segundo a Sotheby’s, a tábua de mármore data de 1150 a.C., período do Rei Salomão.
A tábua foi realizada em mármore e apresenta os Dez Mandamentos, que são considerados o cerne da religião judaica. Na verdade, o mandamento mais antigo conhecido até hoje foi descoberto recentemente em Jerusalém, na Cidade de Davi. Esse mandamento foi encontrado inscrito em uma pedra de Israel, uma tábua de mármore, trazendo à luz uma nova compreensão sobre a origem dos textos religiosos.
Uma Tábua de Valor Inestimável
A tábua de mármore pesando 52 kg, considerada uma das peças mais valiosas do período romano bizantino, foi vendida por US$ 5.004.000, com taxas incluídas, superando o estimado de US$ 1 milhão a US$ 2 milhões (R$ 6,16 mi a R$ 12,32 mi). O processo de venda foi um dos mais esperados do ano, com especialistas em tábua, como Sharon Liberman Mintz, da Sotheby’s Nova York, enfatizando a importância da peça.
Um Encontro Incrível entre Pedra e Tábua
A descoberta da tábua ocorreu em 1913, durante escavações para a construção de uma ferrovia no território de Israel. A pedra de Israel, que contém os versículos de nove dos Dez Mandamentos, inscritos no alfabeto paleo-hebraico, foi inicialmente considerada sem valor e utilizada como pavimento. Entretanto, um arqueólogo local, o doutor Jacob Kaplan, reconheceu sua importância e a adquiriu.
Da Pedra ao Museu e de Novo à Venda
A pedra de Israel passou por vários proprietários, incluindo o Museu da Torá de Brooklyn, em Nova York, antes de ser adquirida por um colecionador privado, seu último proprietário antes da venda. Segundo a especialista da Sotheby’s, Sharon Liberman Mintz, não há outra tábua desse tipo em mãos privadas, já que todas as outras peças são fragmentos menores e estão em museus. Alguns especialistas, no entanto, expressaram cautela diante da dificuldade de autenticar um objeto desse tipo, com alguns questionando sua antiguidade.
Fonte: © G1 – Globo Mundo