Analistas criticam dependência da empresa em recuperação cíclica p/ melhor desempenho operacional no 1º trimestre, indicando compra subsequente.
Hoje, quarta-feira (22), após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2022, as ações da XP caíram 16,13% na Bolsa de Valores de São Paulo, fechando o dia com valor de R$ 17,99.
No mercado financeiro, é comum observar oscilações nos ativos após a divulgação de balanços. Os investidores monitoram de perto esses movimentos nos papéis da XP, buscando oportunidades de compra ou venda.
Desempenho da XP no Primeiro Trimestre e Indicação de Compra para Ações
Os recibos (BDRs) da XP Investimentos, negociados na B3, apresentaram uma queda de 14,65%, sendo cotados a R$ 93,67 no pregão brasileiro. Analistas que acompanham a empresa mantiveram a indicação de compra para os ativos, incluindo o Bank of America (BofA) e o BTG Pactual. No entanto, críticas surgiram em relação à dependência da recuperação cíclica para um melhor desempenho operacional.
Segundo o relatório do BofA, o lucro líquido reportado pela XP foi de R$ 1,0 bilhão, o que ficou 4% abaixo das expectativas dos analistas, porém estável em comparação com o quarto trimestre de 2023 e 29% acima do mesmo período do ano anterior. Excluindo o evento Americanas, houve um incremento de 11%.
A expansão dos ativos sob custódia (AUC) e a adição de clientes permaneceram fracas, refletindo o desempenho do mercado no primeiro trimestre. Isso resultou em um crescimento das receitas de varejo menor do que o esperado, conforme apontam os analistas.
Destacam-se como pontos positivos a atividade de dívida e as receitas bancárias da XP, que se mantêm robustas, com um aumento nas rendas com cartões, evidenciando um esforço bem-sucedido de vendas cruzadas. Por outro lado, o custo de produtos vendidos superou as projeções do BofA, devido a comissões mais elevadas pagas aos assessores de investimentos e consultores.
A margem EBT da XP, em relação ao lucro operacional, ficou em 26,9%, abaixo do intervalo almejado no guidance da empresa até 2026, que varia de 30% a 34%. Durante a teleconferência de resultados, os executivos da XP reforçaram que essa meta depende de uma normalização do cenário macroeconômico.
O ambiente de taxas elevadas tem impactado negativamente os volumes de negociação de ações e a atividade nos mercados de capitais, adiando uma melhoria nos lucros da XP, conforme apontado pela equipe do BofA. A avaliação da casa de investimentos reflete essa situação, com a XP sendo negociada a 13 vezes o P/L para 2024.
O preço justo para a ação, calculado pelo BofA, é de US$ 31. Enquanto isso, o BTG Pactual iniciou seu relatório destacando que o resultado da XP foi pouco inspirador e próximo das expectativas, que não estavam elevadas, considerando o recente desempenho das ações.
A captação líquida da XP continuou dentro do previsto no trimestre, com o ambiente para atrair novo capital permanecendo desfavorável. Auxiliada pela forte atividade no segmento de dívida, o lucro líquido da XP surpreendeu positivamente, embora tenha sido impactado por maiores despesas financeiras e aumento da alíquota de impostos, resultando em uma queda de 3%.
O lucro antes de impostos (EBT) foi considerado um indicador mais confiável do potencial da XP, com uma expansão de 9% no trimestre, ainda assim, 3% abaixo das estimativas do mercado. A XP Investimentos continua a enfrentar desafios no ambiente de mercado atual, buscando manter sua posição e atratividade para investidores.
Fonte: @ Valor Invest Globo