Estudo relacionou bips de alarmes com fadiga do alarme em hospitais, destacando importância dos alarmes clínicos e impacto da sobrecarga sensorial.
O excesso de alarmes nos hospitais tem se mostrado um problema cada vez mais recorrente, impactando diretamente na qualidade do atendimento e na saúde dos colaboradores. Segundo pesquisadores, a alta frequência de alarmes pode levar os profissionais à exaustão e interferir na concentração durante os procedimentos.
Além disso, a desatenção provocada pelos constantes apitos e sinais de alarme pode contribuir para falhas na interpretação dos sinais vitais dos pacientes, colocando em risco a segurança e a eficácia dos tratamentos. É fundamental que as instituições de saúde estabeleçam medidas para reduzir o número de alarmes desnecessários e promover um ambiente mais tranquilo e produtivo para toda a equipe.
Os desafios de lidar com a quantidade de alarmes nos ambientes de saúde
A quantidade de ‘apitos’ podem provocar uma sobrecarga sensorial nos profissionais da saúde capaz de gerar prejuízos à saúde e até morte de pacientes. O elevado número de alarmes falsos pode levar à ‘fadiga do alarme‘, uma dessensibilização causada pela sobrecarga sensorial que pode levar os funcionários a não ouvirem os alarmes. A FDA (Food and Drug Administration) relatou mais de 500 mortes relacionadas a esse tipo de fadiga em cinco anos. Segundo o estudo, a Joint Commission, líder mundial em certificação de organizações de saúde, reconhecendo o significado clínico da fadiga dos alarmes, tornou a gestão de alarmes clínicos uma Meta Nacional de Segurança do Paciente.
A importância dos timbres na detecção dos sinais de alarme
Pesquisadores responsáveis por outro estudo, publicado na revista Perioperative Care and Operating Room Management, têm examinado como os timbres podem permitir que sons mais suaves chamem a atenção dos profissionais da saúde. Eles descobriram que sons com timbre ‘percussivo’, contendo rajadas curtas de energia de alta frequência (como o tilintar de taças de vinho) se destacam, mesmo em volume baixo. Por outro lado, tons altos e ‘planos’, sem componentes de alta frequência (por exemplo, o zumbido do bipe de ré de um caminhão) se perdem. A importância dos alarmes clínicos para os cuidados de saúde levou à introdução de padrões globais para garantir a consistência entre os fabricantes. Consequentemente, muitos alarmes agora soam iguais em termos de timbre, frequência e som. Os pesquisadores experimentaram diferentes sons musicais para ver como os alarmes hospitalares poderiam ser melhorados. Além disso, o estudo descobriu que apenas 15% de todos os alarmes no ambiente da unidade de cuidados intensivos são clinicamente relevantes. Os pesquisadores avaliaram em 44 participantes para um experimento de reconhecimento de melodia.
A influência dos alarmes musicais na atenção e irritação dos profissionais de saúde
Segundo o estudo, numa fase de aprendizagem, os participantes aprenderam melodias curtas de alarme executadas com um timbre musical complexo baseado num xilofone ou seguindo as especificações de um padrão de alarme universal. Os resultados mostraram que os participantes recordaram melodias de alarme do xilofone com precisão comparável ao timbre padrão, mas acharam o timbre musical substancialmente menos irritante. Assim, os pesquisadores concluíram que as ‘descobertas revelam que os alarmes musicais são comparativamente reconhecíveis, mas significativamente menos irritantes do que os sinais de alarme comuns em ambientes médicos. Esses resultados fornecem um primeiro passo promissor para melhorar o atendimento ao paciente por meio do design de alarmes musicalmente informados.’
Fonte: © CNN Brasil