Demanda por debêntures incentivadas do setor de energia elétrica é três vezes superior à oferta, impulsionando a procura no mercado financeiro.
A Athon Energia, empresa que opera cerca de 50 usinas fotovoltaicas de Geração Distribuída (GD) em 10 estados, alcançou um sucesso notável com a emissão de debêntures incentivadas simples, não convertíveis em ações. A operação, concluída recentemente, resultou na captação de R$ 605 milhões, um valor expressivo que reflete a confiança dos investidores no potencial da empresa.
A demanda pelos títulos foi três vezes superior à oferta, um resultado surpreendente que demonstra o interesse dos investidores em papéis com potencial de crescimento. A emissão de debêntures foi um sucesso, e a Athon Energia agora tem recursos para investir em novas emissões e projetos de energia renovável. A empresa está no caminho certo para o crescimento sustentável. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou os detalhes da operação, que foi concluída esta semana.
Debêntures: Athon bate recorde com emissão de R$ 605 milhões
A Athon, empresa especializada em geração distribuída de energia, realizou a maior emissão de debêntures incentivadas para geração distribuída de energia já feita, segundo Breno Megale, sócio-diretor da empresa. ‘Já existe debênture incentivada há muito tempo, mas para geração distribuída é um papel regulamentado recentemente, e a grande procura superou as expectativas’, afirma Megale.
A emissão de debêntures da Athon reforçou a grande procura por esse tipo de papel. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as emissões de debêntures incentivadas pela Lei 12.431 somaram R$ 88,2 bilhões de janeiro a agosto deste ano, recorde para esse período na série histórica iniciada em 2012.
Setor de energia elétrica lidera as emissões de debêntures
Na análise por setor, energia elétrica segue na liderança em 2024, respondendo por 39,2% das emissões, seguido de transporte e logística (23,5%), saneamento (11,9%) e petróleo e gás (8,5%). A Athon, que constrói e arrenda usinas solares voltadas ao segmento de geração distribuída, lançou a oferta na B3, no início de setembro, sob supervisão do BTG Pactual.
A empresa pretendia pagar, no máximo, a variação da NTNB-35 mais 2,15% ao ano. Com a grande procura pelos papéis, a última taxa caiu para 0,80%. Os papéis têm vencimento de 17 anos. Com um portfólio de 162 MWp (megawatt-pico) de capacidade instalada, a Athon atende a grandes clientes corporativos dos setores de telecom, saneamento e geradores de energia, com contratos variando entre 12 a 20 anos.
Procura por debêntures atraiu investidores variados
Megale afirma que o fato de a Athon contar com clientes mais qualificados estimulou a procura pelas debêntures. ‘Esta emissão contou com rating AAA emitido pela Agência Fitch, pelo risco de crédito e perfil dos arrendatários das usinas, ou seja, trata-se de uma dívida com alto grau de confiabilidade’, afirma. A procura pelo papel atraiu pessoas físicas, cuja alocação surpreendeu a empresa, gestoras, private bankings e veículos institucionais, como fundos.
A Athon pretende usar os R$ 605 milhões captados para refinanciar, com ampliação de prazo e redução de custos, parte das usinas operacionais atuais, além de permitir investimentos em novos projetos, que inclui M&A e expansão orgânica. Criada em 2017, a empresa deu um grande salto em 2021, quando lançou o fundo Athon Energia ESG I FIP IE para levantar capital visando uma consolidação no segmento de geração distribuída.
Plano de crescimento da Athon
De acordo com o executivo, a Athon pretende seguir crescendo de forma orgânica nos próximos cinco anos, mirando dobrar a capacidade instalada, para 300 MWp. ‘Não somos ligados a nenhum grupo financeiro nem a companhias de geração de energia, temos uma estratégia conservadora, sem alavancagem exagerada, e isso tem assegurado bons resultados’, diz Megale.
Fonte: @ NEO FEED