ouça este conteúdo
Banco do dono da Silvergate Capital, em acordo com reguladores, tinha deficiências no monitoramento de transações bancárias.
O proprietário do Banco Prata, instituição financeira especializada no mercado de criptomoedas que encerrou suas atividades no início de 2023 devido a uma sequência de escândalos, concordou com autoridades reguladoras dos Estados Unidos para encerrar as investigações envolvendo a empresa e alguns de seus executivos relacionadas a falhas de compliance.
O acordo foi estabelecido visando resolver possíveis irregularidades e garantir que a empresa esteja em conformidade com as leis e regulamentos vigentes, evitando assim qualquer tipo de descumprimento. A empresa e seus executivos comprometeram-se a implementar medidas rigorosas para evitar futuras falhas de compliance e manter a conformidade em todas as operações do Banco Prata.
Irregularidades e Descumprimento de Compliance na Silvergate Capital Corporation
A holding Silvergate Capital Corporation está enfrentando sérias falhas de compliance, conforme evidenciado pelo acordo firmado com os reguladores. A empresa concordou em pagar um total de US$ 63 milhões, sendo US$ 43 milhões destinados ao Conselho do Federal Reserve e US$ 20 milhões ao Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia.
Os reguladores impuseram multas à Silvergate devido a deficiências no monitoramento de transações bancárias, em desacordo com as leis de combate à lavagem de dinheiro. Além disso, o ex-presidente Alan Lane e a ex-diretora de risco Kathleen Fraherem concordaram em pagar US$ 50 milhões à SEC para resolver a questão relacionada ao monitoramento de clientes criptográficos.
É crucial destacar que o valor acordado com a SEC será compensado pelo montante pago aos demais reguladores envolvidos. Lane e Fraher também aceitaram restrições em relação a assumir cargos oficiais e de diretoria, além de penalidades civis a serem pagas.
O caso envolvendo a Silvergate revelou que o banco alegava ter um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro, especialmente adaptado para transações criptográficas. No entanto, a empresa não estava monitorando adequadamente cerca de ‘aproximadamente US$ 1 trilhão’ em transações, conforme apontado pela SEC.
Além disso, o banco foi responsável por processar ‘quase US$ 9 bilhões em transferências suspeitas’ de entidades da FTX, um de seus principais clientes. O ex-diretor financeiro Antonio Martino também está enfrentando processos na SEC por enganar investidores sobre as perdas estimadas após o colapso da FTX.
Em resposta às acusações, Martino está contestando as alegações feitas pelo regulador. No ano anterior, a Silvergate anunciou o encerramento de suas operações e concluiu o pagamento de todos os depósitos aos seus clientes. Esses eventos destacam a importância da conformidade e do monitoramento rigoroso de transações bancárias para evitar irregularidades e não conformidades.
Fonte: @ Valor Invest Globo