Em audiência pública, presidente do Banco Central comentou a desinflação nos EUA e a inflação no Brasil.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta terça-feira (13) que o cenário global está passando por um processo de desinflação e que a principal questão é o que irá ocorrer nos Estados Unidos. ‘Estamos observando uma desaceleração nos EUA de maneira mais estruturada‘, afirmou Campos Neto.
Além disso, o presidente do BC ressaltou que a pressão inflacionária implícita nos mercados ainda é uma preocupação. ‘É importante monitorar de perto a evolução da inflação e da desinflação nos próximos meses’, destacou.
Desinflação: Estratégia de Estabilização da Economia
Se a desaceleração americana seguir um ritmo lento e organizado, evitaremos a temida desorganização no mercado, conforme afirmou Campos Neto em uma audiência pública. Ele ressaltou que o mundo está passando por um processo de desinflação. A inflação tem diminuído de forma gradual, em linha com essa tendência. Na América Latina, observa-se um leve aumento da inflação, principalmente devido aos setores de energia e alimentos.
Pressão Inflacionária e Desinflação no Brasil
No Brasil, o presidente do BC destacou o crescimento acima do esperado, com indicadores de mão de obra positivos e sem impactos significativos nos custos de serviços até o momento. No entanto, ele apontou para uma menor pressão inflacionária. A inflação no país está convergindo para a meta estabelecida, após alguns ciclos de alta. Campos Neto mencionou que o custo dos alimentos tem impulsionado a inflação, refletindo uma tendência observada em outros países da região.
Inflação Implícita e Taxa de Juros
O presidente do BC ressaltou que a inflação implícita tem apresentado sinais de estabilização, após um período de aumento. Ele reconheceu que as taxas de juros no Brasil são elevadas, mas destacou os esforços para reduzi-las ao longo do tempo. Campos Neto explicou que a alta taxa de juros no país está relacionada à baixa taxa de recuperação de crédito e à menor taxa de poupança da população. Além disso, a relação dívida/PIB é consideravelmente alta.
Meta de Inflação e Desinflação Controlada
Campos Neto enfatizou que a meta contínua de inflação coloca o Brasil em linha com outros países e que a autoridade monetária tem conduzido um processo de desinflação com impacto reduzido na atividade econômica. Quando a inflação está ancorada, os custos de combate são significativamente menores. A estratégia de desinflação tem sido eficaz, contribuindo para a estabilidade econômica do país.
Fonte: @ Valor Invest Globo