A incidência de tumores tem crescido globalmente; com diagnóstico precoce, chance de cura é alta. Variações regionais podem impactar registro da doença.
Um estudo recente revelou que a incidência de câncer colorretal aumentou significativamente na América Latina ao longo das últimas décadas, contrariando a tendência de redução observada em regiões mais desenvolvidas. De acordo com a pesquisa realizada pela Fiocruz, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e pela Universidade da Califórnia, a mortalidade relacionada ao câncer colorretal cresceu 20,5% entre 1990 e 2019 na América Latina.
Esforços contínuos são necessários para conscientizar a população sobre a importância da prevenção do tumor colorretal. A detecção precoce do câncer de intestino por meio de exames regulares pode ser fundamental para melhorar os índices de cura e reduzir a mortalidade associada a essa neoplasia colorretal.
Estudo relaciona mortalidade por Câncer colorretal ao Índice de Desenvolvimento Humano
Os pesquisadores buscaram correlacionar a mortalidade com os dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), procurando entender a influência do contexto na incidência de câncer colorretal. Como destaca Raphael Guimarães, da Fiocruz, o câncer colorretal é altamente sensível às desigualdades sociais e de saúde. Enquanto os fatores de risco são bem estabelecidos, a pesquisa visava analisar o impacto do ambiente social, para além dos hábitos individuais.
Câncer colorretal: fatores de risco e impacto da alimentação
O tumor colorretal está fortemente ligado aos hábitos alimentares, sendo associado a dietas ricas em carne vermelha e alimentos ultraprocessados, e pobres em frutas e verduras. Além disso, o sedentarismo e a obesidade também desempenham um papel significativo no desenvolvimento dessa neoplasia. Dados do Instituto Oncoguia ressaltam que com diagnóstico precoce, a taxa de sobrevida pode atingir até 90% em cinco anos, evidenciando a importância da detecção precoce no tratamento do câncer colorretal.
Desigualdades regionais impactam a incidência e mortalidade
Ao analisar os países da América Latina, os pesquisadores identificaram diferenças marcantes nos índices de IDH e nas taxas de mortalidade por câncer colorretal. Países com menor desenvolvimento muitas vezes enfrentam lacunas no registro da doença, o que pode resultar em subnotificação e subdiagnóstico. Por outro lado, nações mais desenvolvidas oferecem maior acesso a serviços de diagnóstico e tratamento, além de promoverem a conscientização sobre fatores de risco e uma alimentação equilibrada, afetando diretamente a incidência da neoplasia.
Impacto do acesso à alimentação e ao tratamento no Câncer colorretal
A disponibilidade de alimentos saudáveis, aliada ao acesso a serviços de saúde eficientes, desempenha um papel crucial na prevenção e no tratamento do câncer colorretal. Países com IDH mais elevado tendem a apresentar melhores indicadores de sobrevida, em parte devido a iniciativas bem-sucedidas de diagnóstico precoce e informação sobre estilo de vida saudável. O caso do Uruguai, com sua abordagem proativa, ilustra como a conscientização e acesso adequado podem contribuir para a redução da mortalidade, mesmo em contextos de alto consumo de carne vermelha.
Diferenças regionais e socioeconômicas na mortalidade por Câncer colorretal
Os resultados preliminares de um estudo em andamento no Brasil destacam as variações na mortalidade por câncer colorretal de acordo com o nível socioeconômico e desenvolvimento regional. Essa análise revela que, assim como em outras partes do mundo, a incidência e mortalidade da neoplasia podem ser influenciadas por disparidades socioeconômicas e acesso desigual aos serviços de saúde. Compreender essas nuances é essencial para implementar estratégias eficazes de prevenção e tratamento da doença.
Fonte: @ Estadão