Rede varejista não comentou sobre estoques maiores de produtos brasileiros no centro de distribuição.
Com as restrições impostas pela COVID-19, lojas da rede Carrefour e Atacadão enfrentam dificuldades para reabastecer seu estoque de produtos. As entregas de novas mercadorias de frigoríficos como JBS, Marfrig e Masterboi foram interrompidas desde a última quinta-feira.
As lojas da rede Carrefour e Atacadão têm estoque até pelo menos quarta-feira em cidades com demanda maior como Rio e São Paulo. Contudo, cada vez mais, a falta de estoque é sentida em mercados, com a venda de produtos em pacotes menores e a limitação na quantidade de produtos por compra. A rede varejista, entretanto, não quis se manifestar sobre a situação.
Redes-varejistas brasileiras se preparam para o pior: estoque dura de três a quatro dias
Empresários, Congresso e governo brasileiros mostram apoio ao Atacadão em sua disputa contra o Carrefour, pois o centro de distribuição da rede varejista ajuda a garantir estoques maiores. Uma das principais preocupações é a falta de mercadoria, especialmente de produtos brasileiros, que poderiam ser afetados pela retração nas vendas. ‘A situação é gravíssima, pois o estoque é limitado e não podemos nos dar ao luxo de perder tempo’, disse uma fonte.
O movimento de boicote ao Carrefour está ganhando força em todo o Brasil, com redes sociais se tornando um espaço onde empresários discutem a situação. O estudo de mercado revela que 98% dos comentários são favoráveis ao boicote e apoiam a ação de entidades como a Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp). O CEO global da Carrefour, Edson Pinto, afirmou que suas empresas estão começando a aderir ao movimento, com 500.000 empresas no estado de São Paulo. ‘Nós estamos apoiando o Atacadão e vamos continuar a fazer isso, pois o estoque é nossa principal preocupação’, disse ele.
A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) está liderando o movimento, com seu presidente, Edson Pinto, afirmando que as empresas estão começando a aderir ao boicote. ‘Nós estamos trabalhando para resolver a situação da melhor maneira possível, respeitando os compromissos que temos com nossos colaboradores e clientes’, disse ele. A rede declarou que não tem nenhuma loja desabastecida até o momento, mas o estoque está se esgotando rapidamente.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) vai se reunir com associações e empresas que fazem parte de seu conselho administrativo para discutir a questão envolvendo o Carrefour. A Abrasel, que reúne bares e restaurantes de todo o país, está organizando uma articulação de grande abrangência para impactar diretamente o setor. No último sábado, as entidades publicaram uma carta aberta em protesto, afirmando que ‘se uma carne brasileira não serve para abastecer o Carrefour na França, é difícil entender como ela poderia ser considerada adequada para abastecer qualquer outro mercado’.
A questão envolvendo o Carrefour é complexa e envolve questões comerciais, políticas e sociais. A empresa francesa suspendeu as compras de produtos brasileiros na França como forma de protesto contra o avanço do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Agora, empresários brasileiros estão respondendo com um boicote às lojas do Carrefour no Brasil, como forma de retaliar a atitude do executivo. A situação é delicada e pode ter consequências para a economia brasileira, especialmente para os setores de proteína animal e produtos brasileiros.
Fonte: @ PEGN