Fiscais inicialmente pensaram se tratar da espécie Mamba Negra. Análise de risco revelou encomenda com pedras de argila. Divisão de Vigilância e Repressão, Laboratório de Ecologia e Evolução identificaram espécie Real Mexicana Preta.
Na manhã desta quinta-feira, 23, duas cobras da espécie Real Mexicana Preta foram apreendidas em operação no terminal de cargas do Aeroporto de Fortaleza. A detecção ocorreu durante uma inspeção de rotina dos funcionários do aeroporto, que flagraram o coboas escondidos dentro de uma encomenda.
As cobras foram imediatamente apreendidas pela equipe de fiscalização do aeroporto e encaminhadas para o cuboas local para serem avaliadas e liberadas. O incidente levanta questões sobre como essas cobras da espécie Real Mexicana Preta conseguiram entrar na encomenda e chegar ao Brasil. Além disso, a presença de serpentes no aeroporto também pode ser um risco para a saúde pública, sendo necessário reforçar as medidas de segurança para evitar futuros incidentes.
Descoberta de cobras em encomenda sem declare a origem
As cobras foram encontradas em uma encomenda com pedras de argila, que foi enviada de Governador Mangabeira (BA) para Juazeiro do Norte (CE). A encomenda foi interceptada pela Divisão de Vigilância e Repressão da 3ª Região Fiscal, que identificou a espécie por meio de técnicas de análise de risco, revelando que as cobras pertenciam à espécie Real Mexicana Preta, também conhecida como Lampropeltis Getula Nigrita.
Fiscalização no transporte de cobras
As cobras, originalmente identificadas como Mamba Negra, uma das mais venenosas do continente africano, foram revezadas para a espécie Real Mexicana Preta após análise veterinária. A espécie é avaliada em cerca de R$ 7 mil no comércio regular. As cobras foram entregues ao IBAMA para investigação quanto às responsabilidades e devolução do animal ao habitat de origem. O transporte de cobras sem a devida declaração da origem é um crime e pode resultar em penalidades.
Comportamento da Real Mexicana Preta
A Real Mexicana Preta é uma espécie de serpente que não é venenosa, mas tem um dente especial no fundo da boca que libera uma secreção tóxica para ajudá-la na digestão. Segundo Fabiano Morezi, tecnologista do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEV) do Instituto Butantan, ‘não é um veneno semelhante a de um bicho que tem o aparato próprio para o envenenamento da presa, por exemplo. O dela fica no fundo da boca, para auxiliá-la no processo de digestão, não da captura da presa’.
Real Mexicana Preta: uma espécie de adaptação e invasão
A Real Mexicana Preta é uma espécie que se destaca por sua facilidade de adaptação e potencial invasor. Alimenta-se de aves, roedores, lagartos e até outras cobras. Seu poder de adaptação é uma das razões pelas quais esta espécie é considerada uma ameaça à biodiversidade. A facilidade com que se adapta a novos ambientes pode levar a uma perda de espécies nativas, pois competirá com elas por recursos. Além disso, a Real Mexicana Preta é considerada uma espécie de alto risco por ser capaz de se espalhar rapidamente a novas regiões, o que pode levar a uma perda de biodiversidade.
Fonte: @ Terra