Discussão entre Gustavo Petro e Lula sobre pacificação interna na Venezuela, resultados das eleições e pacto democrático para garantir segurança em meio a um plebiscito próximo.
O presidente da Argentina, Carlos Garcia, anunciou em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (22) que pretende propor um pacto de cooperação regional para fortalecer a solidariedade entre os países vizinhos após o desfecho das eleições presidenciais no Chile, marcadas para novembro. A declaração foi feita em Buenos Aires, ao lado da presidente do Uruguai, Marta Fernandez, em um encontro que reuniu líderes sul-americanos para discutir possíveis colaborações futuras na região.
Os líderes presentes no evento ressaltaram a importância da estabilidade política e econômica para fortalecer a integração regional e garantir a prosperidade mútua após as eleições. O presidente Fernandez enfatizou a necessidade de promover um diálogo aberto e construtivo entre os países para enfrentar desafios comuns. Além disso, afirmou que a harmonia e a união entre as nações sul-americanas são fundamentais para o desenvolvimento sustentável de toda a região.
Proposta de Plebiscito nas Eleições em Pauta na Venezuela
‘[A proposta] tem relação com a possibilidade iminente de plebiscito nas eleições que se aproximam na Venezuela, com o intuito de assegurar um pacto democrático sólido que garanta a quem quer que saia derrotado a certeza e a segurança de sua vida, seus direitos e suas garantias políticas básicas’, declarou Petro em suas declarações à imprensa, sem entrar em maiores detalhes.
Lula e Petro optaram por não responder às perguntas dos jornalistas. Segundo o colombiano, a proposta já foi submetida ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e à oposição no país. Além disso, a sugestão também foi discutida com Lula. No mês passado, o presidente do Brasil expressou surpresa e apreensão diante do impedimento do registro de uma candidata opositora a Maduro.
Ao final da entrevista à imprensa, o presidente brasileiro foi abordado por um jornalista sobre o resultado das eleições venezuelanas, respondendo de maneira indireta. ‘Posso afirmar a vocês que, contando com o apoio da Colômbia e do Brasil, este continente continuará sendo uma região de paz. Pois somente a paz é capaz de trazer progresso, enquanto a guerra só traz morte e destruição, algo que não nos interessa’, concluiu Lula, encerrando a coletiva.
Pacto Democrático e Garantia de Segurança em Meio a Eleições Cruciais
A presença de Lula na capital colombiana segue com sua participação na abertura da Feira Internacional do Livro de Bogotá, que neste ano presta homenagem a escritores brasileiros. Antes disso, o ex-presidente brasileiro e Petro estiveram presentes no Fórum Empresarial Brasil-Colômbia, além de conduzirem uma reunião bilateral no Palácio de Nariño, sede do governo colombiano. Neste encontro, presidentes e ministros de ambos os países firmaram diversos acordos nas áreas de comércio, comunicações, desenvolvimento agrícola e direitos humanos.
De acordo com Petro, em suas declarações à imprensa, os líderes discutiram o agravamento da crise humanitária no Haiti. ‘Brasil e Colômbia buscam contribuir para uma solução pacífica para a situação haitiana. A Colômbia, por meio de suas economias ilícitas, impactou o Haiti de diversas formas, e em parte, tem uma certa responsabilidade na instabilidade da nossa nação vizinha ao norte. Desejamos apoiar uma solução que possamos construir com o Brasil’, afirmou.
Desafios na Segurança e Desenvolvimento na Amazônia em Debate
Além disso, a segurança no Haiti tem se deteriorado nos últimos meses, com o país enfrentando uma violenta guerra entre gangues armadas, resultando na morte de milhares de pessoas desde o início do ano. Com a renúncia do último primeiro-ministro, o Haiti encontra-se sem governo, vivendo invasões às delegacias, fugas de presos e tentativas de tomada de poder por milícias e grupos armados.
Outro tópico tratado entre os presidentes foi sobre as possibilidades de preservação e desenvolvimento de uma economia sustentável na Amazônia. ‘A Amazônia tem sido mais um espaço de afastamento do que de cooperação entre nossos países e não podemos permitir que essa dinâmica persista. Buscamos adiantar acordos.
Fonte: @ Agencia Brasil