Na ‘Superterça’, pré-candidatos dos EUA disputam em 15 estados e um território. Consolidação de Trump torna cenário previsível, dizem especialistas.
Na próxima terça-feira (5) os políticos concorrentes à presidência dos Estados Unidos terão que lidar com um dos momentos mais desafiadores da corrida eleitoral: a Superterça, definida como a data na qual diversos estados realizam suas votações de forma simultânea para escolher os possíveis candidatos à presidência do país.
As eleições presidenciais dos Estados Unidos têm diversas fases importantes ao longo do processo, sendo a Superterça uma das mais cruciais. Neste dia, a decisão de uma grande parcela do eleitorado americano influenciará diretamente o rumo das eleições, sendo fundamental para o futuro político do país.
Superterça: data importante nas eleições americanas
Historicamente, o dia costuma ser decisivo tanto para o Partido Republicano quanto para o Democrata, mas, principalmente, para a sigla que está na oposição — desta vez, os republicanos.
Superterça e os pré-candidatos
Este ano, no entanto, os superlativos da data devem acabar diminuídos diante de um cenário previsível para os dois partidos, na avaliação de especialistas ouvidos pelo g1. A Superterça é a data protagonista nos cerca de seis meses em que dura o período de prévias dos EUA, no qual eleitores dos partidos Republicano e Democrata escolhem quem será o candidato pela sigla.
Em um único dia, pouco mais de um terço dos delegados – representantes de cada candidato – é definido. Neste ano, 15 estados e um território dos Estados Unidos votarão (veja lista abaixo) na Superterça. Para os republicanos, isso significa a escolha de 874 do total de 2.429 de delegados do partido.
Ex-presidentes e a Superterça
A votação da Superterça já foi decisiva, por exemplo, para o ex-presidente Barack Obama na disputa com Hillary Clinton em 2008 e para Donald Trump na corrida pré-eleitoral em 2016. Os dois acabaram vencendo as eleições nesses anos. Foi acirrada também em 2012, entre os republicanos, e em 2020, para os democratas. Neste ano, no entanto, as candidaturas dos dois lados já estão praticamente definidas.
Apesar das polêmicas como a questão da idade e da memória, pelo lado de Joe Biden, e dos processos judiciais que o republicano Donald Trump enfrenta na Justiça, ambos despontam como favoritos absolutos em seus partidos. Trump foi presidente dos EUA entre 2017 e 2020.
A importância da Superterça em 2021
Por isso, a Superterça deste ano será a menos importante das duas últimas décadas, na avaliação do analista político Sam Logan, fundador da consultoria de Washington Southern Pulse. ‘Em anos como o de 2016, quando o Trump entrou em definitivo na disputa, o grau de relevância da Superterça foi muito maior que o desta vez’, disse Logan ao g1. ‘Mas as primárias no geral têm perdido importância, com exceção desses episódios específicos’.
A esperança: Nikki Haley pode esquentar votação na Superterça
Ainda assim, a avaliação dos especialistas é que a maior chance de que a Superterça ‘esquente’ e recupere protagonismo neste ano reside no desempenho de Nikki Haley. Isso porque a única rival de Donald Trump atende ao perfil dos eleitores republicanos da maior parte dos estados que votarão na data, mais moderados, com formação universitária e mais resistentes a propostas radicais de Trump, este mais alinhado à extrema-direita.
Fonte: © G1 – Globo Mundo