Especialista apresentou dados sobre pior saúde infantil no Brasil: hábitos ruins, obesidade, sobrepeso, críticas saúde, dislipidemia, síndrome metabólica, infraestrutura escassa, saneamento básico deficiente.
Manter a saúde de crianças brasileiras em dia é fundamental para garantir um futuro saudável e próspero. Uma pessoa que tem bons hábitos desde cedo tem mais chances de mantê-los ao longo da vida. No entanto, quando isso não acontece, a criança pode enfrentar diversos problemas de saúde, como a obesidade, por exemplo. Recentemente, uma pesquisa realizada pela Fiocruz em colaboração com UFMG e University College London revelou que a saúde de crianças brasileiras tem apresentado sinais de deterioração.
É crucial buscar soluções eficazes para melhorar o estado de saúde das crianças no Brasil e garantir que elas cresçam de forma saudável e equilibrada. Investir em políticas públicas voltadas para a promoção da alimentação saudável e da prática regular de atividades físicas é essencial para reverter esse cenário preocupante. A conscientização da população e o engajamento em ações que visem o bem-estar das crianças são passos fundamentais para garantir um futuro melhor para as próximas gerações.
Saúde Infantil no Brasil: Desafios e Perspectivas
Durante o estudo que abrangeu mais de 5 milhões de crianças entre 3 e 10 anos, no período de 2001 a 2014, foi observado um aumento de 1 centímetro na altura dessas crianças. No entanto, também se constatou um aumento preocupante nos índices de obesidade e excesso de peso. Como esse aumento de peso pode impactar a saúde das crianças brasileiras?
O MinhaVida conduziu uma entrevista com a renomada pediatra Aline Magnino, diretora médica do Prontobaby Hospital da Criança, que trouxe à tona dados científicos alarmantes sobre o estado de saúde das crianças no Brasil. De acordo com a especialista, nos últimos 10 anos, tem sido observado um aumento significativo de uma série de problemas de saúde nas crianças.
Aline destaca o crescimento das doenças crônicas que antes eram consideradas próprias do universo adulto, como o excesso de peso, dislipidemia e síndrome metabólica surgindo cada vez mais cedo na infância e adolescência. Além disso, há um aumento de doenças psiquiátricas, casos de suicídio entre crianças e adolescentes, e comorbidades resultantes do consumo de substâncias como álcool e cigarros eletrônicos.
O estudo realizado pela Fiocruz aponta a obesidade infantil como um ponto crítico que levanta questionamentos sobre os padrões alimentares e de atividade física durante a infância, como o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo. Esse quadro é mais pronunciado em crianças oriundas de famílias economicamente vulneráveis.
Infraestrutura Deficitária e o Impacto na Saúde de Crianças Brasileiras
Com base nos dados apresentados no boletim informativo da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) de dezembro de 2023, Aline Magnino explicou que as causas por trás da piora na saúde infantil no Brasil estão ligadas a desafios estruturais persistentes no país, como mortalidade neonatal, ressurgimento de doenças preveníveis devido, em grande parte, a quedas na taxa de vacinação, e regiões com infraestrutura e saneamento básico precários.
Embora o Brasil tenha alcançado a menor taxa de mortalidade infantil em 28 anos em 2023, com uma redução de cerca de 62% no número de óbitos em comparação com 1996, ainda há uma disparidade considerável quando comparado a outros países. Segundo relatório da Unicef, em nações em desenvolvimento, como o Brasil, a média de mortalidade neonatal é de 27 mortes a cada mil nascimentos, enquanto em países desenvolvidos essa taxa é de apenas três mortes por mil nascimentos.
Aline destaca que, de acordo com dados do boletim informativo da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), tem havido um aumento no número de crianças com doenças de complexidade médica, representando de 15% a 18% da população infantil. Entre as condições mais comuns estão doenças genéticas, cardiopatias, doenças neurológicas, autismo, obesidade e uma série de problemas de saúde que demandam atenção especial de profissionais da saúde e da sociedade como um todo.
Fonte: @ Minha Vida