Prejuízo médio das vítimas, considerando todas as faixas etárias, é de R$ 2.100. Pessoas com mais de 60 anos perderam R$ 6.300.
Segundo a Polícia Federal, os golpes envolvendo o pix nos últimos anos cresceram de forma exponencial, com números alarmantes, especialmente entre as pessoas com mais de 60 anos.
É comum que os golpes sejam realizados por meio de mensagens de texto, como o que ocorreu com o senador Wellington Cezar, em 2021. Ele perdeu R$ 144 mil em um golpe, em que a vítima foi enganada por uma mensagem que dizia que era da Caixa Econômica Federal, informando que o seu pix estava bloqueado por fraude. A mensagem era uma tentativa de arrepiar o senador, fazendo com que ele se sentisse pressa em liberar o valor. Em seguida, o denunciante foi contatado por um suposto funcionário da Caixa que alegava ser o administrador do pix do senador.
Golpes Digitais: O Prejuízo é Assombroso, Especialmente para Idosos
O valor do prejuízo de uma vítima com mais de 60 anos de idade é cerca de R$ 4.200, quatro vezes maior do que o de um jovem entre 18 e 24 anos e 16 vezes maior que o de uma vítima com menos de 18 anos. Esses dados são parte de um levantamento conduzido pela Silverguard, empresa de proteção financeira digital, com dados do Banco Central (obtidos com a Lei de Acesso à Informação) e análises de cinco mil denúncias de vítimas na Central SOS Golpe – plataforma de antifraude –, considerando o período de janeiro a junho de 2024.
Prejuízo por Faixa Etária
As outras faixas etárias têm as seguintes médias de prejuízo:
– Menos de 18 anos: R$ 270
– 18 a 24 anos: R$ 1.046
– 25 a 29 anos: R$ 2.165
– 30 a 39 anos: R$ 2.530
– 40 a 49 anos: R$ 2.885
– 50 a 59 anos: R$ 2.400
– Mais de 60 anos: R$ 4.200
Em geral, a média de prejuízo das vítimas, considerando todas as faixas etárias, é de R$ 2.100.
Estelionato e Golpes com Pix
O estudo Golpes com Pix revela que, entre a classe AB, as perdas são de R$ 6.300; na classe C, a cifra é de R$ 3.500; e na classe DE, R$ 1.500. Entre as vítimas com mais de 60 anos, a maior incidência de golpes é de impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (48%); compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (18%); e golpe da falsa central de atendimento do banco (7%). O WhatsApp foi o canal inicial de 69% das vítimas com 60 ou mais anos.
Desafios para Idosos
Para as vítimas mais velhas, o desafio de perder dinheiro em um golpe pode ser ainda maior. Muitos têm uma renda fixa limitada, já comprometida com outros gastos, e ainda há o trauma emocional de ter caído em um golpe onde, na maioria das vezes, o fraudador se passava por um familiar pedindo dinheiro emprestado.
Rede de Serviços e Golpes Digitais
Entre todos os golpes com pix analisados para a pesquisa da Silverguard, 97% são do tipo APP (authorised push payment fraud), em que o próprio usuário, iludido por uma história muito convincente, acaba transferindo dinheiro diretamente para o fraudador, ou seja, vítima de um golpe de engenharia social.
O Pix não é o vilão, mas ajudou a acelerar o crescimento dos golpes digitais no Brasil. Para aplicar golpes, criminosos dependem de uma rede de serviços: registram URLs, contratam hospedagem de sites, anunciam nas redes sociais, utilizam operadoras de telefonia, compram links patrocinados e, também, abrem contas falsas ou laranjas em Instituições Financeiras.
Equipado com novas ferramentas, o golpista 2.0 está entranhado em uma estrutura de corporativização do golpe financeiro digital.
Uma pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que os brasileiros perderam R$ 25,5 bilhões em golpes com pix e boletos no primeiro semestre de 2024.
Fonte: @ Valor Invest Globo