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Mulher grávida de quíntuplos pode optar por redução embrionária, procedimento cirúrgico em gestação de quíntuplos, evitando parto prematuro.
RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS) – Uma futura mamãe de quíntuplos recebeu autorização judicial para realizar a redução embrionária após passar por fertilização in vitro. A decisão permite a remoção de três dos cinco embriões em um procedimento cirúrgico, visando garantir a saúde da mãe e dos dois bebês restantes.
A grávida de quíntuplos, cuja identidade não foi revelada, enfrentava um dilema ético e médico diante da gestação múltipla. Com a permissão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), a intervenção cirúrgica será realizada para preservar a saúde da mãe e dos quíntuplos restantes, assegurando um desfecho seguro para essa situação delicada.
Decisão Judicial sobre Redução Embriônica em Gestação de Quíntuplos
Considerada uma ‘situação absolutamente excepcional e complexa’, a 13ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP, na cidade de Olímpia (SP), tomou a decisão, provisória, na última terça-feira (28), após 31 dias de processo -o que significou espera de um mês para a mulher, atualmente com 14 semanas de gestação.
O caso envolvendo a gestação de quíntuplos foi levado à Justiça após a família ficar assustada com o resultado da técnica de reprodução assistida, realizada em março deste ano. Os dois embriões transferidos para a paciente de 37 anos, de maneira rara, dividiram-se, resultando em uma situação delicada que demandou uma decisão urgente.
O ultrassom em 18 de abril mostrou dois sacos gestacionais -um com gêmeos e outro com trigêmeos, o que levou à necessidade de avaliar a viabilidade da gestação e os possíveis riscos envolvidos.
A defesa relatou que a paciente, ao descobrir a gestação de quíntuplos, ficou ‘extremamente abalada, justamente pelo receio de sua morte, de um ou alguns dos embriões ou até mesmo de danos irreparáveis e prejuízo na saúde e qualidade da vida de todos’. Diante desse cenário, a redução embrionária foi considerada como uma alternativa para garantir a segurança da mãe e dos fetos.
A decisão do TJ-SP ressaltou que estudos científicos indicam uma ‘altíssima probabilidade de parto prematuro, aumentando o risco de morte fetal, e chance de vida extrauterina de todos os embriões de baixíssima expectativa’. Nesse contexto, a redução embrionária foi vista como a solução mais adequada para evitar possíveis complicações.
A questão ética e legal em torno da redução embrionária em casos de gestação de quíntuplos é complexa, pois envolve a proteção da vida dos fetos, a saúde da mãe e as diretrizes médicas. A decisão de realizar o procedimento cirúrgico foi fundamentada na necessidade de garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.
O processo, que correu em segredo de justiça para proteção da família, levantou debates sobre a legislação vigente e a autonomia da mulher em decisões relacionadas à sua saúde reprodutiva. O desfecho do caso no TJ-SP reflete a importância de considerar cada situação de forma individual, respeitando os direitos e a dignidade de todas as partes envolvidas.
Fonte: © Notícias ao Minuto