Procuradores de Estados e associações acionaram a Justiça contra ordem executiva que altera políticas de imigração, violando a Cláusula de Cidadania e Direitos dos Imigrantes, previstos na Constituição dos EUA.
Em um ato polêmico, o presidente norte-americano Donald Trump tomou posse na Casa Branca e em poucos dias adotou uma série de decisões que geraram controvérsias, incluindo um decreto que proíbe filhos de imigrantes ilegais nascidos nos Estados Unidos de obterem a cidadania norte-americana. Esse decreto desafia a Constituição e seus efeitos ainda são estudados pela comunidade jurídica.
Com o objetivo de restringir a imigração, Trump também sancionou sete outros decretos, aumentando a vigilância nas fronteiras e endurecendo as políticas de imigração, com foco na imigração ilegal. A ilegalização de imigrantes já é um problema complexo nos Estados Unidos, e essas medidas parecem intensificar a situação. Procuradores-gerais de 18 Estados e várias organizações se manifestaram contra as políticas de imigração adotadas por Trump, argumentando que elas violam direitos constitucionais e humanos. O impacto dessas mudanças nas políticas de imigração nos Estados Unidos ainda está por ser completamente compreendido e enfrenta uma série de desafios legais por parte de entidades que defendem os direitos humanos e as leis constitucionais.
Imigração: A Última Fronteira para a Inconstitucionalidade
A imigração, um tema sensível e complexo, está novamente no centro do debate político nos Estados Unidos. Procuradores-gerais de diferentes estados, incluindo Nova Jersey e Connecticut, apresentaram uma queixa no tribunal distrital federal em Boston contra a ordem executiva do presidente Trump, que visa redefinir a interpretação da Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda da Constituição. Eles argumentam que essa medida é extrema e radical, e que o presidente não tem poder para reescrever a Constituição com um toque de caneta.
O procurador-geral de Nova Jersey, Matthew J. Platkin, afirmou que a tentativa de Trump de limitar a cidadania é um ataque direto aos direitos dos imigrantes. ‘A 14ª Emenda diz o que significa, e significa o que diz – se você nasceu em solo americano, você é um americano. Ponto final. Ponto final’, disse ele. O procurador-geral de Connecticut, William Tong, que é um cidadão americano por direito e o primeiro procurador-geral sino-americano eleito no país, declarou que a medida o atinge diretamente. ‘A ordem executiva do presidente é uma tentativa de ilegalizar a imigração e criar uma subclasse permanente de pessoas nascidas nos EUA que são negadas de todos os direitos como americanos’, afirmou.
Associadas civis, incluindo a ACLU – American Civil Liberties Union de New Hampshire, Maine e Massachusetts, a Asian Law Caucus e a State Democracy Defenders Fund, também ajuizaram uma medida na Justiça contra o decreto. Eles acusam o governo de violar a Constituição, contrariar a intenção do Congresso e ignorar precedentes históricos estabelecidos pela Suprema Corte. ‘Negar cidadania a crianças nascidas nos EUA não é apenas inconstitucional – é também uma rejeição imprudente e implacável dos valores americanos’, declarou Anthony D. Romero, diretor executivo da American Civil Liberties Union.
O decreto, intitulado ‘Protegendo o Significado e o Valor da Cidadania Americana’, visa redefinir a interpretação da Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda da Constituição, visando encerrar a concessão automática de cidadania para filhos de imigrantes indocumentados e de imigrantes legais temporariamente presentes nos EUA. Especificamente, a ordem estabelece que não serão considerados cidadãos americanos ao nascer indivíduos nascidos em duas situações: quando a mãe estava ilegalmente presente nos EUA e o pai não era cidadão americano nem residente permanente legal no momento do nascimento; e quando a mãe estava nos EUA em status temporário e o pai não era cidadão americano.
A questão da imigração ilegal e da ilegalização de imigrantes é um tema delicado e complexo, envolvendo questões de direitos humanos, segurança nacional e economia. A proteção a crianças nascidas nos EUA, independentemente da situação de seus pais, é um aspecto crítico dessa debate. A imigração ilegal é uma realidade nos EUA, e a questão da proteção dos direitos dos imigrantes é fundamental para garantir que todos sejam tratados com dignidade e respeito.
A ordem executiva do presidente Trump visa redefinir a interpretação da Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda da Constituição, mas os procuradores-gerais e as associações civis argumentam que essa medida é inconstitucional e vai na contramão da intenção do Congresso. A questão da imigração e da cidadania é um tema central para a sociedade americana, e a proteção dos direitos dos imigrantes é fundamental para garantir que todos sejam tratados com dignidade e respeito.
Fonte: © Migalhas