Esper Kallás destaca que aprovação da Anvisa não garante eliminação da dengue, pois as medidas devem ser adotadas pela população, como vacinação e controle de mosquitos Aedes aegypti.
A expectativa do diretor do Instituto Butantan, o infectologista Esper Kallás, em relação à vacina contra a dengue desenvolvida pela instituição é de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aprove em 2023, mas ainda assim, a população brasileira enfrentará doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, pois as doses da vacina não serão suficientes para toda a população.
O diretor do Instituto Butantan, o infectologista Esper Kallás, apresentou aos secretários municipais de Saúde de São Paulo, na quinta-feira, 23, as informações sobre a vacina contra a dengue. O mesmo enfatizou que o combate à dengue, causada pelo mosquito Aedes, ainda vai depender de medidas tradicionais, uma vez que as doses não serão suficientes para toda a população, e sim somente para uma parcela delas.
Dengue: Há Perspectiva de Vacinação para o Brasil em 2025
O Instituto Butantan entrou com o pedido de registro da vacina Butantan-DV para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês passado. Se a aprovação ocorrer, o instituto terá a autorização para a entrega de 1 milhão de doses da vacina em 2025. Outros 100 milhões de doses estarão disponíveis para o Ministério da Saúde nos anos de 2026 e 2027. A vacinação contra a dengue é fundamental para conter a doença, que está afetando o Brasil de forma significativa.
A Anvisa está analisando os dados entregues pelo Instituto Butantan e está prevista a entrega do último lote em dezembro passado. A análise deve durar 90 dias e é esperado que algum parecer seja dado em março. Com esses dados, a vacinação contra a dengue poderá ser ampliada a partir de 2026, quando serão entregues 60 milhões de doses, seguidas de 40 milhões em 2027, sendo possível atender a demanda da população, que se imunizará à medida que a vacinação se expandir.
A vacina QDenga está disponível, mas sua aplicação é restrita à população de 10 a 14 anos, o que não é suficiente para conter o número de casos de dengue. A falta de vacina é um dos motivos pelos quais o Brasil está enfrentando um surto significativo de dengue, com mais de 6,6 milhões de casos prováveis e 6.103 mortes em 2023. Neste ano, o Ministério da Saúde registrou 101.485 casos e 15 óbitos, com 116 óbitos em investigação.
A dengue é uma das doenças transmitidas pelos mosquitos Aedes aegypti, que são responsáveis por espalhar a doença. Para evitar a proliferação do mosquito, a população precisa eliminar possíveis criadouros, como garrafas e pneus, cobrir a caixa d’água ou piscinas inativas e remover o entulho, pois 75% dos pontos favoráveis para a proliferação do mosquito estão em residências.
A vacina Butantan-DV é capaz de prevenir a doença, o que é fundamental para conter o surto de dengue no Brasil. Além disso, a vacinação é importante para proteger a população, especialmente aquela que nunca teve a dengue, pois a Dengvaxia, ofertada pela rede privada, é contraindicada para pessoas que nunca tiveram a dengue.
Fonte: @ Veja Abril