Cerca de 31% das brasileiras estão desinformadas sobre a doença. Detecção-precoce é crucial. Subtipos-da-doença variam e tratamentos-complexos são necessários. Procedimentos-menos-invasivos e acesso-e-tratamento são fundamentais.
Os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que o câncer de mama é uma das principais causas de morte entre as mulheres no Brasil, com uma taxa de mortalidade de 18,9 por 100 mil habitantes em 2022. Esse cenário alarmante é agravado pelo fato de que muitas mulheres não realizam exames regulares de mamografia, o que leva a diagnósticos tardios e, consequentemente, a tratamentos mais invasivos e de resultados menos otimistas.
A dificuldade de diagnóstico precoce do câncer de mama é um desafio comum em todo o Brasil, especialmente em áreas remotas e de menor acesso à saúde. O câncer é uma doença complexa e multifacetada que pode se manifestar de várias maneiras, tornando difícil o seu diagnóstico por meio de exames físicos. No entanto, a realização de exames de mamografia e ultrassom regularmente pode ajudar a detectar alterações no tecido mamário antes que o câncer se desenvolva em estágios mais avançados. Como exemplo, o câncer de mama é uma das principais causas de morte entre as mulheres no Brasil, com uma taxa de mortalidade de 18,9 por 100 mil habitantes em 2022.
Câncer de Mama: Um Desafio Emumboçado
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a situação atual do câncer de mama é alarmante, com cerca de 60% dos casos sendo diagnosticados em estágios avançados. Essa detecção tardia dificulta o tratamento e reduz as chances de cura. A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir os custos com tratamentos complexos.
Um estudo da Sandbox Data for Health revela que a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama vai além dos benefícios à saúde das pacientes. Analisando mais de 8.650 casos ao longo de cinco anos, o levantamento aponta que, quando o câncer de mama é detectado nos estágios iniciais, os custos do tratamento são significativamente menores. Os procedimentos menos invasivos, como a quadrantectomia (cirurgia apenas na região do tumor), utilizados em diagnósticos precoces, apresentam um custo médio de R$ 7.783,70.
Em contrapartida, a mastectomia, indicada para casos mais avançados, teve um custo médio de R$ 13.408,80 no mesmo período. A discrepância nos custos é gritante. Além disso, a pesquisa aponta disparidades regionais no Brasil, com o tempo médio de internação para uma mastectomia variando de 1,35 dias em São Paulo para 2,33 dias no Tocantins.
A falta de informação sobre subtipos da doença também é um problema grave. Uma pesquisa recente do Datafolha revela que 56% das mulheres brasileiras diagnosticadas com câncer de mama não conhecem o subtipo da doença que possuem. Essa falta de informação é alarmante, pois, segundo Maira Caleffi, médica mastologista e presidente fundadora da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), ‘uma vez confirmado o diagnóstico, é imprescindível conhecer o subtipo da doença, o que possibilitará personalizar o tratamento’.
Conhecer o subtipo do câncer de mama é crucial para que as pacientes possam entender melhor suas opções de tratamento e os riscos associados a cada um deles. Entre as pacientes que têm conhecimento sobre seu subtipo, 70% buscam informações adicionais, destacando que os médicos (45%) e o Google (33%) são as fontes mais citadas. Apenas 16% delas tenham relatado ter realizado testes genéticos, uma ferramenta que poderia guiar decisões de tratamento e oferecer opções mais precisas para cada caso.
‘O câncer de mama em estágios avançados costuma exigir quimioterapia, radioterapia e outros tratamentos que elevam ainda mais os custos para o sistema de saúde’, enfatiza Alexandre Vieira, diretor médico e científico da Sandbox. É fundamental que as pacientes tenham acesso a informações precisas e atualizadas sobre o tratamento adequado para cada subtipo da doença. Isso é essencial para reduzir as disparidades regionais e garantir que as pacientes tenham acesso a tratamentos eficazes.
Fonte: @ Veja Abril