Dólar valoriza globalmente após ameaças de tarifas do presidente Trump. Internamente, investidores acompanham medidas de contenção de gastos e desafios de criar uma moeda para rivalizar com moedas pares como o real.
Na segunda-feira (2), o dólar subiu firme, em meio a especulações que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, possa impor tarifas de 100% sobre produtos importados dos países do Brics, caso criem uma moeda para rivalizar com o dólar. Esse movimento foi impulsionado pela valorização global da moeda, que observou uma tendência ascendente em seu valor em relação ao real.
Com o dólar firmado em sua posição, a moeda nacional enfrenta desafios para se manter competitiva. Alguns analistas acreditam que a criação de uma moeda para rivalizar com o dólar poderia ser benéfica para a economia, mas isso é algo que precisa ser discutido e analisado por especialistas. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, já ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos importados caso os países do Brics criem uma moeda para rivalizar com o dólar, o que poderia afetar negativamente a economia brasileira. Atualmente, o dólar é uma das moedas mais utilizadas no comércio internacional e sua valorização pode impactar negativamente a economia brasileira.
Flutuação do Dólar e Reservas Internacionais
O mercado de câmbio permanece em uma situação de grande incerteza, com o dólar americano continuando a pressionar o real brasileiro. Ao final do dia, a moeda subiu 1,13%, atingindo um novo recorde histórico de R$ 6,068. O desempenho do dólar é um reflexo da valorização global da moeda americana, que avança 0,66% contra moedas pares, enquanto também valoriza 0,12% contra o peso mexicano e 0,59% contra o rand sul-africano.
A criação de uma moeda dos Brics, sugerida recentemente pela Rússia e pelo Brasil, tem gerado grande polêmica. O objetivo seria reduzir o domínio do dólar no comércio global, mas o presidente dos EUA, Donald Trump, respondeu que puniria os países que criassem uma nova moeda. Enquanto isso, analistas do banco suíço UBS prevêem que o dólar permanecerá bem sustentado no curto prazo, apesar de alertarem que a sua valorização parece excessivamente esticada nos níveis atuais.
Política Monetária e Expectativas
O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o câmbio é flutuante e que o BC não irá segurar o dólar ‘no peito.’ Isso significa que as reservas internacionais e os leilões de títulos serão utilizados apenas em caso de disfuncionalidade do mercado, o que reduz as esperanças de intervenção do BC no câmbio. Além disso, analistas do banco Inter apontam que o anúncio de cortes de gastos foi ofuscado pela promessa de expandir a isenção de IR para R$ 5 mil, o que poderia gerar impulso fiscal via aumento do consumo.
Impacto sobre a Economia
O desemprego já se situa em mínimas históricas e a inflação não dá sinais claros de convergência para o centro da meta, mesmo com juros altos. O câmbio persiste em patamares historicamente esticados e significativamente acima das estimativas do Inter de equilíbrio de médio prazo, o que deve persistir enquanto o risco fiscal não for resolvido em meio à tendência de endividamento crescente do governo federal.
Fonte: @ Valor Invest Globo