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Nova disputa interna no partido Democrata traz incerteza na campanha devido a preocupações com a idade e capacidade mental do presidente.
Uma das discussões recentes gira em torno da capacidade do presidente dos Estados Unidos, Biden, de permanecer na corrida pela Casa Branca. Até o momento, doadores democratas influentes, figuras proeminentes e um número cada vez maior de congressistas estão instando Biden a considerar se afastar, dada a queda em suas pesquisas eleitorais e as preocupações com sua idade e aptidão mental.
Enquanto isso, a pressão sobre Joe Biden para tomar uma decisão sobre seu futuro político continua a crescer. A incerteza em torno de Biden e sua capacidade de liderar o país está levando a debates intensos dentro do partido democrata e entre seus apoiadores.
Biden: O Futuro Incerto
Diante desse cenário, surgem algumas questões: como seria esse processo de substituição de Biden? E quem seria o substituto de Biden? A capacidade de Biden de transformar Kamala Harris em uma candidata viável é uma incógnita. Para essa última questão, a resposta não é tão simples. Biden pode apoiar sua vice-presidente, e ela se beneficia de um perfil já conhecido e do montante de dinheiro arrecadado para a campanha. No entanto, a decisão final será tomada pelos delegados da Convenção Nacional Democrata (DNC) em meados de agosto, e não há regras que obriguem o endosso de um companheiro de chapa, apenas que eles representem os eleitores de forma consciente.
A maioria dos 4 mil delegados já se comprometeu com a candidatura de Biden nas primárias do partido, mas o presidente poderia optar por ‘liberá-los’, apoiar Harris e acelerar o processo de nomeação. Uma potencial disputa interna no Partido Democrata seria algo inédito e imprevisível em uma campanha que, até algumas semanas atrás, parecia monótona e previsível. Para garantir uma candidatura, é necessário que uma petição seja assinada por 300 delegados, com no máximo 50 de um mesmo estado.
Cada candidato ainda precisa estabelecer um comitê de campanha presidencial e se registrar na Comissão Eleitoral Federal para arrecadar fundos. Embora um grupo de doadores democratas mega ricos possa contribuir financeiramente para a campanha, certas despesas, como custos de pessoal e viagens para debates, devem ser cobertas diretamente pelo comitê de campanha do candidato. A possibilidade de uma ‘convenção aberta’ do partido Democrata em agosto ganha força caso não haja um candidato com maioria clara de delegados a seu favor.
Isso poderia atrair uma atenção massiva, destacando as profundas divisões entre diferentes personalidades e grupos ideológicos do partido, especialmente em relação a questões como a guerra na Faixa de Gaza. Esse cenário contrastaria com a ágil e bem coordenada convenção republicana realizada recentemente em Milwaukee, que oficializou a candidatura de Trump e seu vice-presidente, JD Vance. Entre os potenciais rivais de Biden estão figuras como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e Gretchen Whitmer, de Michigan, ambos com projeção nacional nos últimos meses.
Além disso, candidatos de estados tradicionalmente republicanos, como Andy Beshear, de Kentucky, e Roy Cooper, da Carolina do Norte – com quem Harris fez campanha recentemente – também estão se posicionando como opções de longo prazo. A campanha de Biden poderia transferir uma quantia ilimitada para o DNC, que teria a capacidade de gastar até US$ 32 milhões em coordenação com a campanha do novo candidato. A incerteza paira sobre o futuro político de Biden e o desenrolar dos eventos nas próximas semanas será crucial para determinar o rumo das eleições.
Fonte: @ Valor Invest Globo