Coalizão opositora não consegue registrar candidatura de Corina Yoris, que enfrenta desinformação sobre sua nacionalidade. Prazo termina nesta segunda-feira.
Recentemente divulgaram mudanças nas candidaturas para as eleições presidenciais na Venezuela, que estão previstas para acontecer em 28 de julho. A Plataforma Unitária Democrática, composta por 10 partidos de oposição, relatou dificuldades no registro da candidata Corina Yoris junto ao Conselho Nacional Eleitoral.
Em meio ao cenário político conturbado, a votação está se aproximando e a população aguarda ansiosamente para exercer seu sufrágio. As incertezas em relação ao processo eleitoral e as restrições impostas aos candidatos geram preocupações sobre a legitimidade do pleito que se aproxima.
Coalizão opositora denuncia bloqueio no acesso ao sistema de inscrições
O prazo de inscrições de candidatos se encerra nesta segunda-feira, e a coalizão opositora diz que o acesso às inscrições está bloqueado à substituta de María Corina Machado. ‘Já se passaram mais de 54 horas desde o início do período de inscrição sem que nos fosse permitido o acesso ao sistema para poder inscrever a doutora Corina Yoris. Repetimos mais uma vez: nada nem ninguém nos tirará da rota eleitoral para conseguir a mudança para a nossa Venezuela com a força do voto majoritário’, informou a PUD.
Maria Corina Machado desiste da candidatura e indica Corina Yoris como substituta
Impedida pelo regime venezuelano de concorrer, María Corina Machado desistiu da candidatura e anunciou a historiadora e doutora em filosofia Corina Yoris para substitui-la, numa demonstração de que a oposição está unida para enfrentar Maduro nas urnas. ‘Vencedora das primárias de outubro, María Corina classificou o bloqueio da inscrição como mais uma manobra do regime para impedir que a candidata escolhida pela maioria antichavista possa concorrer.
Nova candidata Corina Yoris desmente boatos sobre dupla nacionalidade
Durante o fim de semana, circularam nas redes sociais mensagens com o lema ‘Deixe Corina registrar-se’. O exército da desinformação também entrou em ação, e a nova candidata Corina Yoris precisou postar um desmentido categórico de que ela tenha dupla nacionalidade —o que poderia ser um impeditivo para disputar as eleições. ‘Nasci em Caracas, meus pais nasceram na Venezuela e jamais optei por uma nacionalidade diferente da venezuelana’, afirmou Yoris, de 80 anos, prestigiada acadêmica, embora desconhecida no meio político.
Rumo às eleições: incertezas e desafios no caminho da candidatura
Sua candidatura foi saudada como o produto de um consenso entre os opositores de Maduro. Mas a rota até as eleições é incerta: conforme alertou Benigno Alarcón Deza, diretor do Centro de Estudos Políticos da Universidade Católica Andrés Bello, se o CNE rejeitar a candidata, essa nomeação não poderá ser substituída e a coalizão opositora poderá ficar fora do processo eleitoral. ‘O movimento de bloqueio do sistema por parte da CNE é mais uma forma de tentar dividir a oposição, pelo fato de não conseguir registrar o candidato escolhido, e forçá-la a negociar a sua candidatura com o próprio governo’, ponderou Alarcón.
Maduro mantém controle das instituições e lidera nas pesquisas até as urnas
Com o controle das instituições —Legislativo, Judiciário e Forças Armadas–, Maduro detém sem dificuldades as rédeas desta corrida de obstáculos da oposição, em vantagem nas pesquisas, até as urnas.
Fonte: © G1 – Globo Mundo