Sentença proferida na noite de quarta-feira pelo juiz Thiago Flores Carvalho da 1ª Vara do Júri de São José dos Pinhais, após julgamento de três dias. Réus condenados ao regime fechado por estupro.
O empresário Edison Luiz Brittes Júnior, de 43 anos, foi recentemente condenado em júri popular a uma pena de 42 anos, cinco meses e 25 dias de prisão em regime fechado, pelo brutal assassinato do jogador Daniel Corrêa Freitas. A sentença foi anunciada na noite da última quarta-feira, 20, pelo juiz Thiago Flores Carvalho, da 1ª Vara do Júri de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, ao término de um intenso julgamento de três dias.
O réu Edison Luiz Brittes Júnior, de 43 anos, foi finalmente condenado após ter sido acusado de cometer o crime que chocou o país. A sentença de 42 anos, cinco meses e 25 dias de prisão em regime fechado foi uma das mais aguardadas nos últimos tempos. A justiça foi feita e a família de Daniel pode finalmente ter um pouco de paz.
Empresário condenado por homicídio qualificado
Sete pessoas foram rés no processo e, dos cinco acusados de homicídio, quatro foram absolvidos. A condenação do empresário se deu pelos crimes de homicídio qualificado, por motivo torpe, uso de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, corrupção de menores e coação no curso do processo. Edison Brittes está preso há cinco anos e quatro meses.
Júri popular e regime fechado
Cabe recurso da sentença. O crime aconteceu em 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais. O corpo do jogador foi encontrado parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, em uma estrada rural. À época, Daniel era jogador do São Bento, de Sorocaba (SP). O meia, que tinha 24 anos, fez a base no Cruzeiro e passou por clubes como São Paulo, Coritiba e Botafogo.
Conselho de sentença e réus absolvidos
O conselho de sentença, formado por sete jurados, absolveu a mulher de Edison, Cristiana Rodrigues Brittes, das acusações de homicídio qualificado e coação no curso do processo. Mesmo assim, ela foi condenada a seis meses de detenção e mais um ano de prisão, em regime aberto, pelos crimes de fraude processual e corrupção de menores. Allana Emilly Brittes, filha do empresário, foi condenada a seis anos, cinco meses e seis dias de reclusão e mais nove meses e 10 dias de detenção pelos crimes de fraude processual, corrupção de menores e coação no curso do processo. Ela, que respondia em liberdade, teve a prisão determinada pelo juiz em plenário para início de cumprimento da pena.
Interrogatórios e testemunhas sigilosas
A defesa de Allana tentou recorrer da prisão ainda durante o julgamento, mas o pedido não foi acatado. Os réus David Willian Vollero Silva, Ygor King e Eduardo Henrique Ribeiro da Silva foram absolvidos das acusações de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. A ré Evellyn Brisola Perusso também foi absolvida da única acusação que tinha pelo crime de fraude processual. Durante o júri, que durou cerca de 35 horas ao longo dos três dias, foram ouvidas 13 testemunhas, sendo duas sigilosas, houve o interrogatórios dos sete réus do caso, além dos debates entre acusação e defesa. Os réus estavam presentes no momento da leitura da sentença pelo juiz.
Investigação e crime brutal
A mãe e familiares da vítima também participaram do julgamento. Antes da morte, o atleta havia participado da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, em uma boate de Curitiba. No local, o jogador foi convidado para continuar a comemoração na casa da família, em São José dos Pinhais. Segundo a investigação, Daniel foi espancado ainda na casa da família depois que o assassino o encontrou na cama ao lado da mulher dele, Cristiana Rodrigues Brittes. O jogador enviou fotos da mulher em um grupo de amigos pelo WhatsApp.
Detalhes do depoimento do condenado
Edison Brittes alegou que Daniel tentou estuprar Cristiana, porém a investigação da Polícia Civil concluiu que não houve tentativa de estupro. Além de Brittes, outros três amigos da filha que estavam na festa teriam participado das agressões e da ocultação do cadáver. Em interrogatório no Tribunal do Júri, que durou cerca de 1h15, o condenado afirmou que agiu sozinho depois de ter tirado a vítima da casa e o levado para a zona rural.
Fonte: © Notícias ao Minuto