Rápido tratamento é crucial para enfermidades como a endometriose, que ainda enfrenta desafios de acesso. Março Amarelo destaca a importância do tratamento correto.
A endometriose é uma condição que afeta mais mulheres do que se pensa, sendo diagnosticada em cerca de 10% das mulheres em idade fértil no Brasil, de acordo com informações do Ministério da Saúde.
Essa enfermidade é caracterizada pelo crescimento do tecido que reveste o útero fora da cavidade uterina, podendo causar dores intensas e até mesmo infertilidade. É importante estar atenta aos sintomas e buscar ajuda médica especializada ao menor sinal de desconforto.
Endometriose: uma doença que afeta milhões de mulheres
Ainda pouco difundida perto da necessidade de informação que ela requer, a enfermidade possui diagnóstico ainda difícil, mas exige tratamento rápido.Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres no mundo, sendo mais de 7 milhões no Brasil.
Março Amarelo: mês de conscientização sobre a endometriose
A doença ganha destaque este mês com o ‘Março Amarelo’, sendo protagonista de campanha nacional que visa a maior conscientização sobre a enfermidade.A doença é caracterizada pelo crescimento do tecido endometrial, que reveste o útero, para fora do órgão reprodutor, atingindo regiões como ovários e tubas uterinas.
Sintomas, tratamento e complicações da endometriose
A endometriose, se não identificada e tratada, compromete a qualidade de vida da mulher e pode causar danos à saúde, como infertilidade.À CNN, Mariana Rosário, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, explica que a endometriose pode começar pequena, em apenas um órgão, como intestino, trompas, ovário ou no próprio útero (chamada de adenomiose).’Sem tratamento, os focos podem aumentar de tamanho e em áreas atingidas’, diz Rosário.
Importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento multidisciplinar
Segundo a profissional, as mulheres precisam, o mais rápido possível, se atentar para os sintomas da doença, já que quanto mais o tempo passa e a mulher não tem o tratamento correto para a doença, mais ela pode se multiplicar e afetar outros órgãos, de acordo com a ginecologista.Dores menstruais e na hora de relações sexuais são os sintomas mais comuns da endometriose, podendo até mesmo passarem ‘despercebidos’ pelas mulheres com a doença, por ainda serem consideradas ‘normais’ pelo senso comum.
Tratamento e prevenção da endometriose
Outros sintomas mais complexos podem ser marcados por alterações intestinais e urinárias na fase da menstruação.Além de dores incapacitantes, a enfermidade pode trazer danos temporários ou permanentes a eles. ‘Uma endometriose no intestino pode bloqueá-lo, necessitando de cirurgia de remoção de parte do órgão. Nas trompas, bem como nos ovários, pode causar infertilidade.
Impacto psicológico e social da endometriose
E há casos raros, bem mais graves, que atingem pulmões, cérebro e até coração, então, é preciso diagnosticar a doença cedo e iniciar o tratamento’, explica Mariana.A maioria dos casos de endometriose, porém, está restrita à cavidade abdominal, diz Mariana.A médica ainda alerta que o rápido diagnóstico é importante para a saúde mental da mulher e que a doença pode, muitas vezes, exigir um acompanhamento médico multidisciplinar, com a presença de um psiquiatra.
Projeto de Lei sobre endometriose em andamento
Ninguém aguenta passar por dores todos os meses, se isolar do mundo, faltar ao trabalho, enfim, é uma doença incapacitante.
Quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, menos grave ficará’, ressalta.Segundo dados da Associação Brasileira de Endometriose, mais de 30% dos casos levam à infertilidade.Em entrevista à CNN, Natalia Pimentel, especialista em Reprodução Assistida, explica que as alterações pélvicas causadas pela endometriose podem impedir a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.’Em outro momento, dificulta a implantação do óvulo que foi fertilizado, podendo danificar o revestimento do útero, o que torna mais difícil a implantação de um embrião saudável’, diz.
Apenas a informação levará as mulheres a quebrarem o paradigma de que o período menstrual é naturalmente marcado por cólicas e que algumas mulheres sofrem com isso a vida toda.
Isso não é normal e deve ser investigado imediatamente.
Muitas jovens, logo ao menstruarem, já apresentam a endometriose e a carregam por toda a vida fértil, tendo muitos prejuízos’, defende a profissional.Além disso, o acesso das mulheres ao diagnóstico e ao tratamento ainda é um desafio.Mariana Rosario comenta que a endometriose pode ser diagnosticada em exame clínico, após uma boa conversa com a paciente.
De acordo com o projeto de Lei 1069/23, a endometriose com manifestação incapacitante deve ter tratamento integral pelo SUS (Sistema Único de Saúde), incluindo: atendimento multidisciplinar, acesso a exames complementares, assistência farmacêutica e acesso a modalidades terapêuticas reconhecidas, como a fisioterapia e atividade física.
Fonte: © CNN Brasil