Investidores enriquecem com fundos multimercados, deslocando ações favoritas de carteira de patrimônio analisados.
No mês de abril, houve uma nova queda do Ibovespa e uma crescente preocupação com o futuro da Selic. Os investidores mais ricos ficaram atentos às movimentações do mercado, buscando estratégias para lidar com a instabilidade econômica.
Enquanto os mais endinheirados se mantinham cautelosos, os enfermos financeiramente precisavam de medidas urgentes para proteger seus investimentos. A incerteza pairava sobre o mercado, afetando tanto os ricos quanto os mais vulneráveis.
Preferência dos Ricos por Fundos Multimercados e Renda Fixa
Com isso, os investidores optaram por adotar uma postura mais cautelosa. Na carteira dos mais endinheirados, os fundos multimercados ganharam destaque, enquanto a renda fixa continua sendo a principal escolha, de acordo com o levantamento mensal da Smartbrain. Entre as ações favoritas desse grupo, os papéis de setores conservadores, como o financeiro e as prestadoras de serviços, mantêm-se em alta.
A pesquisa é conduzida com base na plataforma da empresa, que analisa diariamente mais de 340 mil extratos de investimentos, totalizando mais de R$ 250 bilhões de patrimônio analisados. O estudo avalia a carteira de investidores dos segmentos de varejo (com valores entre R$ 50 mil e R$ 300 mil, representando 31,53% do total), alta renda (com valores entre R$ 300 mil e R$ 3 milhões, representando 38,40% do total), private (com valores entre R$ 3 milhões e R$ 50 milhões, representando 26,91% do total) e ultra high (com valores acima de R$ 50 milhões, representando 3,16% do total).
Com a queda do mercado em abril, a alocação desses investidores em ações diminuiu. Em março, as ações representavam 10,19% do portfólio, enquanto em abril passaram a ser 9,46%. Outros ativos de risco também perderam espaço ao longo do mês.
A parcela da carteira dos ricos destinada à categoria ‘outros’ (que inclui, por exemplo, as criptomoedas) diminuiu, passando de 5,99% para 4,72%. Por outro lado, os fundos multimercado ganharam espaço, saindo de 34,64% para 36,71% da carteira.
Esses ativos são uma maneira para os investidores se exporem ao risco, porém com prudência, uma vez que esses fundos podem conter tanto ativos mais arriscados, como ações, quanto ativos mais conservadores, como títulos públicos.
Falando em investimentos seguros, a renda fixa continuou dominando a carteira dos mais ricos em abril, representando 40,54% do portfólio. Mesmo com a queda da taxa Selic, a perspectiva de redução mais lenta dos cortes ajuda a manter a atratividade desses ativos, uma vez que muitos deles têm seus rendimentos vinculados à taxa básica de juros.
Por fim, a exposição dos ricos aos fundos imobiliários e aos ativos de previdência permaneceu praticamente estável de março para abril. Os fundos imobiliários representavam 2,08% e passaram a ser 2,01%, enquanto a previdência era 6,82% e passou a ser 6,56%.
Fonte: @ Valor Invest Globo