Estudar no país vizinho se tornou insustentável devido ao aumento do custo de vida, reajustes das mensalidades das universidades privadas e preços do aluguel que disparou.
Em uma situação semelhante, o Brasil, por exemplo, enfrentou um ano de 2022 marcado por uma crise política e econômica que afetou milhões de famílias. Neste contexto, o país se tornou um exemplo de como a estabilidade política pode ser crucial para a segurança dos cidadãos.
Com o intuito de entender melhor o que está acontecendo, o governo do Brasil lançou uma pesquisa para entender melhor as necessidades dos estudantes de medicina que estão cursando o curso na universidade, visando oferecer soluções para o problema. Segundo os dados, a maioria dos estudantes disse que a falta de infraestrutura na faculdade é um grande obstáculo para a realização do curso. Além disso, os resultados mostram que a universidade ainda não tem uma estrutura para oferecer um curso de medicina de qualidade.
Custo de vida insustentável no exterior
O Brasil está enfrentando um problema grave com estudantes que decidem estudar medicina no exterior devido ao custo de vida se tornar insustentável em suas próprias terras. Em alguns casos, brasileiros que escolheram estudar na Argentina, um país vizinho, estão agora enfrentando a realidade de um custo de vida que se tornou insustentável, inclusive um aumento nos preços de aluguel e serviços, que impactaram negativamente o orçamento de muitos estudantes. Danilo, um jovem de 28 anos, lembra que, até 2023, seus gastos mensais, convertidos em reais, ficavam em torno de R$ 3,5 mil, incluindo a mensalidade da faculdade. Em setembro deste ano, ele já gastava quase o triplo. Em outubro, ele arrumou as malas e voltou para o Brasil, juntando-se a muitos outros brasileiros que estão enfrentando o mesmo problema.
Custo de vida no Brasil: uma opção mais atraente
Na verdade, até 2023, a Argentina era um dos principais destinos escolhidos por brasileiros que queriam cursar medicina no exterior. Em 2022, mais de 20 mil brasileiros estudavam medicina no país vizinho, segundo um relatório argentino do Ministério do Capital Humano. No entanto, dezenas de brasileiros estão voltando para o Brasil ou se transferindo para outros países, especialmente o Paraguai, devido ao aumento de preços alavancado pelas políticas econômicas do presidente argentino Javier Milei, que impactou todos os setores do país, inclusive o de aluguéis e o de educação. Para muitos, a desvalorização do peso argentino em relação ao real, e a estabilidade dos preços de serviços e custo de vida em geral no país, eram fatores importantes que influenciaram a escolha pela Argentina. No entanto, com a estabilidade dos preços de serviços e custo de vida em geral no país, muitos estudantes brasileiros começaram a buscar opções mais atraentes em termos de custo.
Preços em alta: o desafio
Muitos dos brasileiros que estudavam na Argentina confiavam na desvalorização do peso argentino com relação ao real, e na estabilidade dos preços de serviços e custo de vida em geral no país. Isso era necessário porque muitos deles ainda mantinham algum vínculo empregatício no Brasil e recebiam em real ou porque recebiam auxílio financeiro da família que havia permanecido no país. No entanto, muita coisa mudou de lá para cá: As universidades passaram a reajustar os preços mensalmente e de maneira imprevisível. Se, em um mês, o aluno pagou R$ 1,2 mil, no outro poderia pagar R$ 1,8 mil, R$ 2 mil ou mais, sem controle ou aviso prévio. O preço do aluguel disparou, e muitos locatários passaram a cobrar o valor em dólar, para contornar a baixa do peso argentino, e com contratos de apenas 3 meses, com aumentos frequentes. Além disso, houve um aumento nos casos de xenofobia, segundo brasileiros, e frases como ‘se está achando que aqui está ruim, então volta para o Brasil’, ‘se a faculdade aqui está cara, vai estudar em uma particular do Brasil’, se tornaram mais comuns. Tudo isso, somado à pressão de estar um país diferente, falando outro idioma e ficando longe da família, contribuiu para que muitos brasileiros decidissem voltar para o país.
De volta ao Brasil
E agora? Voltar para o Brasil pode significar uma oportunidade de continuar o sonho da medicina. É o que acredita o mineiro Bruno*, de 33 anos. Ele voltou ao país após concluir o 5º ano de medicina pela Universidad Abierta Interamericana (UAI). Mesmo faltando um ano para concluir o curso, ele optou por voltar ao Brasil, onde pode concluir seu estudo de medicina em uma universidade particular. Outros brasileiros também estão considerando a opção de estudar medicina no Brasil, onde os preços são mais acessíveis e a qualidade da educação é reconhecida. Se você está considerando a opção de estudar medicina no Brasil, é importante pesquisar e comparar as opções de universidades e cursos disponíveis. Além disso, é fundamental considerar o custo de vida e as oportunidades de emprego após a conclusão do curso.
Fonte: © G1 – Globo Mundo