Ex-funcionária transprocessou ‘O Boticário’: violção psicológica, preconceito, desempenho, WhatsApp-groups, metas, cobranças excessivas, humilhações, piadas ofensivas, ansiedade, depressão, demotivada, tratamentos, indenizações, audiências, ausências testemunhas, férias.
Um processo foi movido por uma ex-colaboradora trans contra a loja ‘O Boticário’, situada no Manaira Shopping, em João Pessoa, alegando violação psicológica e preconceito. A ação está em andamento na 11ª Vara do Trabalho da cidade, onde a mulher afirma ter enfrentado abuso mental, sendo alvo de pressões excessivas diante dos demais colegas. A gerência da empresa enviava relatórios de desempenho nos grupos de WhatsApp para constranger e humilhar os funcionários que não alcançavam as metas estipuladas, revelando uma postura que atenta contra a dignidade dos trabalhadores.
Os relatórios de vendas eram compartilhados nos grupos das lojas, revelando os funcionários com menor desempenho naquele mês, transformando-os em alvos de maltreatamento. Isso cria um ambiente propício à discriminação e mina a saúde psicológica dos colaboradores, evidenciando práticas prejudiciais que devem ser combatidas de forma enérgica. É crucial promover ambientes de trabalho saudáveis, pautados no respeito mútuo e na valorização do ser humano.
Impacto da Violação Psicológica no Ambiente de Trabalho
Em um dos comunicados internos recebidos, a demandante se viu surpreendida ao notar que seu nome aparecia no final da lista. Nesse contexto, ela alega ter sido alvo de uma piada de natureza pejorativa relacionada à sua identidade sexual. Durante uma conversa informal entre colegas, uma funcionária fez um comentário de teor discriminatório, mencionando abertamente que a reclamante possuía uma ‘cobra’, fazendo uma clara alusão ao fato de ser uma mulher transexual e associando esse termo ao órgão genital com o qual nasceu.
Os efeitos desse episódio de abuso mental e preconceito no ambiente de trabalho não foram apenas emocionais, mas também se refletiram na saúde da ex-colaboradora. Ela relata ter desenvolvido crises de ansiedade, sinais iniciais de depressão, perda generalizada de prazer nas atividades cotidianas, desmotivação acentuada e a necessidade de iniciar tratamentos médicos para enfrentar as consequências desse maltreatamento.
Busca por Reparação e Justiça
Diante desses eventos, a reclamante busca uma compensação financeira significativa, solicitando uma indenização no montante de R$ 207.352,77. Além disso, medidas legais estão sendo tomadas para que haja uma resolução adequada desse caso de violação psicológica, preconceito e discriminação no ambiente profissional.
A tentativa de conciliação em março, por meio de uma audiência, precisou ser adiada devido à ausência de uma testemunha crucial da empresa, a qual estava em período de férias naquela ocasião. Como resultado, a data da audiência foi remarcada para o dia 17 de maio, visando oferecer um espaço para a resolução desse conflito e a discussão das violações sofridas pela ex-colaboradora.
Esse caso ressalta a importância de conscientização e combate ativo a práticas que resultem em violações psicológicas, preconceito e discriminação no ambiente de trabalho, destacando a necessidade de estabelecer metas claras para prevenir cobranças imoderadas, humilhações e piadas pejorativas que possam comprometer o bem-estar e a integridade dos profissionais envolvidos.
Fonte: © Direto News