Comando Vermelho expandiu área de controle territorial armado para 242 km² no ano passado, evidenciando sua forma de atuação.
Segundo um recente relatório divulgado, Comando Vermelho é a organização criminosa que ampliou suas atividades na região metropolitana do Rio de Janeiro no último ano, de acordo com uma pesquisa realizada por especialistas em segurança pública.
As ações do CV têm despertado preocupações entre as autoridades locais, que buscam intensificar o combate a essa organização criminosa. O Comando Vermelho é conhecido por sua atuação em diversas áreas da criminalidade, demonstrando sua influência e poder na região.
Expansão do Comando Vermelho e Controle Territorial Armado
O levantamento realizado pelo Geni/UFF e pelo Instituto Fogo Cruzado revelou que o Comando Vermelho, também conhecido como CV, organização criminosa de grande influência, teve um crescimento significativo de 8,4%. Atualmente, o grupo atua em impressionantes 51,9% das áreas controladas por criminosos. Em contrapartida, as milícias apresentaram uma redução de 19,3% em sua atuação, respondendo agora por 38,9% dos territórios controlados por grupos criminosos na Grande Rio.
O Comando Vermelho ampliou sua presença, controlando uma área de 242 km² no ano passado, o maior território sob seu domínio desde o início dos registros em 2008. Em contraponto, as milícias ocupavam uma área de 181 km² em 2023, marcando a primeira vez desde 2020 que o CV atua em uma região maior que as milícias.
Analisando a evolução do controle territorial armado ilegal ao longo dos últimos 15 anos na Grande Rio, observa-se que a proporção de áreas controladas por grupos criminosos mais do que dobrou, passando de 8,8% em 2008 para 18,2% em 2023. O Comando Vermelho teve um crescimento notável principalmente na Baixada Fluminense e na região leste da metrópole, incluindo municípios como Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
A gestão Cláudio Castro não se pronunciou sobre os dados apresentados. As disputas por território se intensificam, com o Comando Vermelho buscando consolidar sua presença em várias regiões da cidade, enquanto tenta expandir-se para a nova área de controle após identificar a fragilidade da milícia local.
A expectativa é de que o CV continue sua expansão, conforme apontado por investigações que revelam planos do grupo para criar um ‘cinturão’ entre a Baixada Fluminense, a zona norte e a zona oeste. Há uma clara disputa por áreas anteriormente dominadas por milicianos e pelo TCP. As regiões em conflito incluem Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Penha, Nova Iguaçu e Queimados.
A polícia destaca que Edgar Alves, conhecido como Doca e um dos líderes históricos do Comando Vermelho, planeja a expansão do grupo desde o início de 2023, aproveitando o enfraquecimento da milícia local. A atuação de traficantes e milicianos se assemelha cada vez mais em termos de cobrança de taxas e venda de drogas, embora as investigações apontem maior conivência de agentes públicos com milicianos.
As diferenças entre as quadrilhas se concentram na forma de domínio territorial: enquanto as milícias espalham o medo com ameaças difusas, o tráfico recruta jovens da própria comunidade. As estratégias de atuação refletem a disputa contínua pelo controle dos territórios entre Comando Vermelho, milícias, TCP e ADA, bem como a complexidade do cenário criminoso no Rio de Janeiro.
Fonte: © Notícias ao Minuto