A preocupação com o avanço do desmatamento no Cerrado mobilizou a criação de uma força-tarefa do governo federal, em parceria com sete estados e o Distrito Federal, para monitorar a situação dos imóveis rurais.
A importância de preservar o Cerrado tem sido uma pauta urgente, levando à formação de uma força-tarefa para combater o desmatamento desenfreado na região. Com a participação do governo federal e de sete estados, além do Distrito Federal, este grupo tem como objetivo principal propor medidas para frear a degradação ambiental.
Essa iniciativa conjunta visa coordenar ações propostas para proteger o Cerrado e garantir a sustentabilidade deste bioma, que é essencial para a biodiversidade e para a manutenção dos recursos naturais. O trabalho em conjunto deste grupo de trabalho é fundamental para promover a conscientização e buscar soluções efetivas para a preservação dessa importante região do Brasil.
Força-tarefa para combater o avanço do desmatamento no Cerrado
A inciativa é parte dos desdobramentos do Plano de Ação Contra o Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), que foi retomado no ano passado.
Reunião no Palácio do Planalto para discutir ações propostas
Uma reunião no Palácio do Planalto, coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, contou com a participação dos governadores Carlos Brandão (Maranhão), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Wanderlei Barbosa (Tocantins), da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; e do secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré.
Grupo de trabalho para unificar as bases de dados e alimentar o CAR
Também participaram da agenda os ministros Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. ‘Na Amazônia, o governo federal tem um poder de ação muito maior.
Desafios para conter o desmatamento no Cerrado
No Cerrado, são os estados que têm um poder de ação maior’, afirmou a ministra Marina Silva a jornalistas, após o encontro. ‘A grande participação de governadores é uma demonstração de que o problema será resolvido, em um pacto que envolve o governo federal, os governos estaduais, envolve o setor produtivo, a sociedade civil e a comunidade científica’, acrescentou.
Monitoramento constante feito pelo Inpe para combater o desmatamento
Além da criação de uma força-tarefa com a participação direta dos próprios governadores, as ações propostas incluem um trabalho de unificação das bases de dados dos estados com o governo federal.
Impactos do desmatamento e a importância do engajamento da comunidade científica
A ideia é retomar a alimentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que foi enfraquecido no governo anterior, levando os estados a desenvolverem suas próprias plataformas de acompanhamento da situação dos imóveis rurais, segundo o governo federal.
Desafios e soluções para garantir a preservação do Cerrado
Além da unificação e cruzamento de informações, de acordo com a Casa Civil, um grupo de trabalho entre ministros e governadores se reunirá periodicamente para acompanhar os dados e tomar decisões. Fonte de 40% da água doce do país, o Cerrado teve um aumento de 19% nos alertas de desmatamento no mês passado, na comparação com fevereiro de 2023.
Medidas urgentes para proteger a biodiversidade e os recursos naturais do Cerrado
O bioma perdeu 3.798 quilômetros quadrados (km²) de vegetação nativa, no acumulado de agosto de 2023 a fevereiro deste ano, de acordo com o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Chamado à ação para evitar a degradação ambiental no Matopiba
A situação é mais grave e preocupante na região dos estados do Maranhão, de Tocantins, do Piauí e da Bahia – área conhecida pela sigla Matopiba, apontada como a nova fronteira agrícola do país. Quase 75% do desmatamento no Cerrado ocorre nesses quatro estados. Dos 52 municípios responsáveis por metade dos desmatamentos, 50 deles estão no Matopiba.
Alerta sobre os impactos das mudanças climáticas e da degradação do solo
Durante a reunião, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima fez um alerta sobre os impactos de décadas de degradação do solo com desmatamento, além dos efeitos das mudanças climáticas.
Desertificação e necessidade de investimento em ações de preservação ambiental
‘Estamos observando uma mudança no regime de chuvas, sobretudo naquela região ali do Matopiba, uma diminuição no volume de água dos rios, na vazão dos rios, algo em torno de 19 mil metros cúbicos por segundo (m³/s) e outros problemas que podem criar graves situações em relação aos processos econômicos para a agricultura familiar, para o agronegócio’, destacou Marina Silva.
Liberação de recursos para financiar ações de monitoramento e controle
A ministra também falou sobre um processo sem precedentes de desertificação de áreas próximas ao Cerrado. A pasta do Meio Ambiente informou que o apoio dos estados na força-tarefa pode garantir a liberação de recursos do Fundo Amazônia para financiar ações, considerando que até 20% dos recursos podem ser aplicados em medida de monitoramento e controle em outros biomas.
Fonte: © TNH1