Bloco liderado por Arthur Lira apoia agenda verde e controla tramitação de leis sobre hidrogênio combustível e outras medidas ambientais.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem se mobilizado para controlar propostas relacionadas à chamada agenda verde Foto: Reuters / BBC News Brasil Em seu discurso de abertura do ano legislativo, no qual distribuiu recados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), colocou como prioridade do Congresso a aprovação de projetos que decidiu chamar de ‘agenda verde’, o nome ligado a iniciativas pró-meio ambiente. Propostas que ficam sob esse guarda-chuva ‘verde’ também entraram no radar do Centrão, o grupo informal de legendas que ficou conhecido por não ter amarras ideológicas e se mover de acordo com suas demandas por emendas e espaço na máquina administrativa.
O grupo político conhecido como Centrão é um bloco parlamentar que tem ganhado destaque nas discussões partidárias no Congresso. Sua influência tem sido notada em diversas votações e negociações, mostrando sua capacidade de articulação e poder de barganha. O Centrão tem sido alvo de críticas e elogios, dependendo do ponto de vista de cada ator político envolvido, mas sua presença é inegável no cenário partidário atual.
Centrão: Grupo Político em Destaque
Notícias recentes apontam para a movimentação de vários parlamentares do Centrão em relação a projetos em tramitação. A Câmara, sob o comando de Lira, tem feito alterações em seu regimento para acelerar propostas da área e garantir a palavra final dos deputados em pautas estratégicas. Essas ações ocorrem paralelamente ao apoio do Centrão a iniciativas criticadas por ativistas ambientalistas, como a adoção de um marco temporal para demarcações de terras indígenas.
Enquanto isso, 28 propostas consideradas um ‘pacote da destruição’ por ambientalistas estão em tramitação, levantando preocupações sobre possíveis impactos ambientais, como as enchentes no Rio Grande do Sul. O interesse do Centrão em uma ‘agenda verde‘ levanta questionamentos sobre as motivações por trás dessas ações.
A cientista política Mônica Sodré destaca que a questão ambiental está cada vez mais ligada à agenda econômica, atraindo novos atores e interesses de mercado. O Centrão tem se articulado para liderar iniciativas relacionadas ao mercado de carbono, exploração de hidrogênio combustível e transição energética de empresas.
Arthur Lira, em seu terceiro mandato na Câmara, colocou como prioridade a aprovação de projetos ligados à agenda verde. O deputado Aliel Machado, do PV-PR, ressalta a mudança no perfil dos congressistas envolvidos com esses temas, influenciados pelos interesses econômicos.
Parlamentares de diferentes partidos, incluindo do Centrão, relatam que empresas estrangeiras estão buscando investir bilhões em estruturas para produção de hidrogênio verde em alto-mar. Essas propostas têm atraído a atenção de políticos com influência, como os integrantes do Centrão, mesmo que não tenham ligação direta com questões ambientais. Os possíveis benefícios eleitorais desses investimentos também são considerados pelos parlamentares.
Fonte: @ Terra