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Perspectiva de queda na rentabilidade dos fundos imobiliários com desvalorização no setor de lajes corporativas devido à Selic em dois dígitos.
Após um período de instabilidade, o Ifix, índice de referência dos fundos imobiliários, conseguiu se recuperar e fechar o mês de maio com resultados positivos.
Os investidores que apostam em fundos de tijolo viram seus rendimentos aumentarem, contribuindo para a retomada do mercado imobiliário no país. A diversificação em diferentes fundos foi fundamental para garantir essa recuperação.
Fundos de Tijolo: Desempenho e Desafios no Mercado Imobiliário
O indicador encerrou o período praticamente estável, aos 3.382 pontos, em meio à piora no cenário para os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos. Apesar do fraco desempenho, o Ifix superou, mais uma vez, o Ibovespa, índice do mercado de ações do Brasil, que fechou o terceiro mês seguido no vermelho. No acumulado do ano, a principal referência das ações se desvaloriza quase 10%, enquanto a dos fundos imobiliários avança cerca de 2%.
Embora ações e fundos imobiliários sejam negociados na bolsa, algumas diferenças explicam a disparidade entre os desempenhos. A presença de investidores estrangeiros no mercado acionário é significativa, enquanto nos fundos imobiliários é menor, com destaque para a participação de pessoas físicas. Mesmo assim, o desempenho setorial da classe no mês de maio indica que o mercado está atento às mudanças nas projeções para os juros domésticos e americanos.
No último mês, todos os setores de tijolo, que concentram os investimentos das carteiras dos fundos em imóveis físicos, registraram perdas. A maior desvalorização foi registrada pelo segmento de lajes corporativas, seguido por varejo, galpões logísticos e shoppings. Por outro lado, a rentabilidade do setor de papel, cujos fundos investem em títulos de renda fixa do setor imobiliário, foi a única a figurar no campo positivo em maio.
As expectativas de uma taxa Selic em dois dígitos ao fim deste ano influenciaram o Ifix e, em especial, os fundos imobiliários de tijolo, negativamente. O cenário de taxa de juros elevada tende a frear o desenvolvimento imobiliário, tornando o crédito mais caro e impactando o valor patrimonial dos imóveis nas carteiras dos fundos. Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários da TRX, destaca a importância de acompanhar de perto as movimentações do mercado para tomar decisões assertivas.
Fonte: @ Valor Invest Globo