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A desconfiança no mercado de trabalho brasileiro preocupa participantes pela baixa rentabilidade e aumento da atividade econômica.
Os investidores estão de olho nos movimentos dos papéis do Tesouro Direto, que apresentam alta consistente antes da decisão de juros a ser divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (19). Há uma expectativa de que a taxa básica se mantenha em 10,5%, porém, o conteúdo do comunicado e a postura de cada membro na votação são os pontos centrais do dia.
Além dos Títulos Públicos do Tesouro Direto, outros ativos financeiros também estão sendo monitorados de perto pelos investidores. A volatilidade do mercado pode ser influenciada por diversos fatores, mas a atenção principal está voltada para a decisão do Copom e seu impacto nos Títulos Públicos.
Tesouro Direto: Oportunidades de Investimento em Títulos Públicos
O mercado financeiro está em constante movimento, influenciado pelos juros futuros e pela desconfiança em relação ao cenário econômico do Brasil. Essa incerteza leva os investidores a adotarem uma postura mais defensiva, exigindo um prêmio de risco maior. As incertezas em torno da situação fiscal do país alimentam a expectativa de que a inflação não atinja a meta estabelecida, mesmo com indicadores mostrando certa resistência no mercado de trabalho e na atividade econômica em geral.
Por volta das 11h30, os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação ofereciam um retorno real de 6,39%, um aumento em relação ao fechamento anterior de 6,36%. Entre esses títulos, destacam-se aqueles com vencimento em 2035, 2045 e 2055, este último com pagamento de juros semestrais, todos oferecendo a mesma taxa de 6,36%. Já os títulos prefixados apresentaram um cenário de valorização, com o papel com vencimento em 2031 oferecendo uma taxa de 12,29%, superior aos 12,20% da sessão anterior.
Diante desse cenário, surge a dúvida: qual título escolher? O analista da TAG Investimentos, Marco Bismarchi, enxerga oportunidades para novos investidores nos títulos públicos. Ele destaca que os níveis alcançados pelas taxas dos papéis são atrativos para quem busca investir com segurança. No caso dos títulos prefixados, a recomendação é uma abordagem mais cautelosa devido à sensibilidade desse tipo de papel ao cenário econômico.
No segmento dos títulos indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a taxa de 6% é considerada uma boa opção, especialmente por estar atrelada ao índice de aumento de preços no período, o que proporciona uma proteção contra a inflação. É importante ressaltar que, caso o investidor já possua títulos com taxas inferiores às oferecidas atualmente, a orientação é evitar resgates antecipados para não incorrer em prejuízos.
É fundamental ter em mente que as taxas e preços dos títulos possuem uma relação inversamente proporcional. Ou seja, quanto maior a taxa, menor será o preço do título e vice-versa. Portanto, mesmo que o aumento das taxas represente uma oportunidade de rentabilidade maior para quem mantiver o investimento até o vencimento, é importante considerar que o valor de mercado dos títulos pode sofrer variações, o que pode resultar em perdas temporárias para os detentores dos papéis.
Fonte: @ Valor Invest Globo