Em escolas estabelecidas na zona leste de São Paulo, professores de literatura apresentam as obras do escritor Machado ao jovens do século XIX.
O autor Machado de Assis é uma referência essencial na literatura brasileira, mas será que a juventude ainda está conectada às suas obras? É fácil encontrar escolas batizadas com seu nome, mas a pergunta permanece: o que é feito da influência de Machado de Assis na contemporaneidade?
De acordo com o Globo Repórter do dia 1º, Machado de Assis ainda é uma presença dominante nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e concursos públicos. Os estudantes e alunos são forçados a mergulhar nas obras do autor, mas o que isso significa para sua influência na juventude contemporânea? Os jovens estão realmente lendo as obras de Machado de Assis ou apenas repetindo os nomes em provas e testes?
Machado de Assis, uma leitura juvenil.
Em uma escola pública da zona leste de São Paulo, a Escola Estadual Professor Paulo Rolim Rosa, professores criativos como Carla e Gilvan buscam apresentar os alunos ao mundo da literatura. O ginásio de esportes, não apenas um espaço para atividades físicas, mas também um local onde a filosofia é encenada. O conto ‘O Espelho’ de Machado de Assis se torna um jogo de interação, onde os jovens são convidados a mergulhar na obra. Com uma abordagem inovadora, os estudantes são estimulados a transformar os contos em outros gêneros, como teatros, desafiando-os a pensar de forma crítica. ‘A descontração é fundamental para que os alunos se sintam à vontade para discutir as obras. Em um ambiente descontraído, os jovens podem expressar suas ideias de forma mais livre’, explica a professora de português, Carla Lucatto. A sala de aula não é mais um local onde as informações são transmitidas de forma linear, sim, um espaço onde as ideias são compartilhadas e discutidas. Os jovens, ao discutirem as obras de Machado, demonstram uma compreensão mais profunda do que foi lido. ‘A literatura não é apenas um passatempo, mas sim uma ferramenta que ajuda a moldar o ser humano. Os alunos se tornam mais críticos, capazes de analisar as coisas de uma perspectiva diferente’, ressalta o professor de filosofia, Gilvan Albuquerque Lima. Além disso, professores como Agostinho Dias acreditam que é fundamental apresentar aos estudantes não apenas o texto, mas sim a pessoa por trás da obra. O jovem leitor deve compreender não apenas a obra, mas também quem foi Machado de Assis e como ele se relaciona com a sociedade de seu tempo. Com essa abordagem, os jovens não apenas se aproximam da literatura, mas também se conectam com a história e a cultura do país, percebendo a importância da leitura para a formação de uma pessoa completa e crítica.
Fonte: © G1 – Globo Mundo