O Ministério da Saúde irá fornecer tafenoquina ao povo yanomami para prevenir recaída de malária. Estudos mostram eficácia da dose única e cuidados com possíveis efeitos colaterais.
O Ministério da Saúde informou recentemente que a população indígena yanomami será beneficiada com a distribuição da tafenoquina, uma droga importante na prevenção de recaídas de malária. De acordo com as autoridades de saúde, foram enviados 4.000 esquemas de tratamento para o distrito indígena, garantindo cobertura por aproximadamente seis meses.
A tafenoquina é um medicamento que evita recaída fundamental no combate à malária, representando um avanço significativo no tratamento da doença. Com a disponibilização desse tratamento para malária, espera-se uma redução significativa nos casos de recorrência da doença entre a população afetada.
O papel da tafenoquina no tratamento da malária
A disponibilização do medicamento que evita a recaída só foi possível depois que estudos, envolvendo o próprio Ministério da Saúde, foram realizados no Brasil com enfoque na tafenoquina.
Estudos e distribuição da tafenoquina no Brasil
Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet Global Health teve como objetivo entender se era realmente possível distribuir o medicamento no sistema público de saúde de forma segura, já que ele pode causar efeitos colaterais sérios em algumas pessoas. Os casos de malária no Brasil estão associados principalmente pelo Plasmodium vivax, um dos protozoários que causa a doença.
O ciclo da malária e a importância da tafenoquina
O protozoário pode ficar em estado dormente no fígado do infectado e, tempos depois, reiniciar o ciclo da doença, característica peculiar do Plasmodium vivax. Para combater esses hipnozoítos, a tafenoquina se torna o medicamento necessário no tratamento da malária.
Tafenoquina versus primaquina no combate à recaída
Antes da tafenoquina, existia a primaquina, um medicamento com o mesmo objetivo. A diferença está na adesão ao tratamento. Enquanto a primaquina exige um uso prolongado, a tafenoquina é de dose única, facilitando a adesão e evitando recaídas por hipnozoítos.
Uso da tafenoquina e complicações possíveis
Mesmo com resultados positivos, a tafenoquina pode representar um perigo para indivíduos com deficiência na enzima G6PD. A realização de testes prévios é essencial, pois a substância não pode ser suspensa após os primeiros sintomas, ao contrário da primaquina.
Implementação correta e testes de G6PD
Estudos realizados em distritos indígenas mostraram que é viável implementar a tafenoquina utilizando testes de G6PD. A distribuição do medicamento e a realização desses exames foram feitas adequadamente, garantindo o acesso apenas a quem possui a atividade da enzima dentro dos parâmetros necessários para a ingestão da tafenoquina.
Os achados indicam que é possível administrar a tafenoquina de forma correta, mas é fundamental treinar os profissionais de saúde antes de ampliar o uso do medicamento. Adesão ao tratamento e complicações mais graves podem ser evitadas com a distribuição adequada da tafenoquina e a realização dos testes de G6PD conforme os protocolos estabelecidos.
Fonte: © TNH1