No Brasil, El Niño aumenta chuvas no Sul, La Niña reduz e são “conjunções desfavoráveis” de fenômenos climáticos. Fortes El Niño trazem mais chuva, menos em região, tempestades severas, longas estiagens, intensas frentes frias, ciclones explosivos, períodos de chuva e seca, sistema tropical e polar, impregnando o PIB com impactos diretos. Studied rainwater harvesting using cisternas. (149 characters)
O Rio Grande do Sul, recentemente afetado por duas inundações devastadoras e uma seca prolongada, se tornou um exemplo concreto das consequências das mudanças climáticas em eventos extremos. Especialistas alertam para a gravidade da situação, com fenômenos sistêmicos considerados cada vez mais impactantes em um cenário de aumento da temperatura global. Nos últimos tempos, o estado enfrentou uma série de desastres que evidenciam os desafios trazidos pelas mudanças climáticas.
Nesse cenário de mudanças ambientais rápidas, o Rio Grande do Sul se vê diante de uma realidade preocupante, onde as mudanças do clima estão causando impactos significativos na região. As mudanças meteorológicas observadas nos últimos meses evidenciam a urgência de ações voltadas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. É crucial que medidas efetivas sejam tomadas para enfrentar os desafios trazidos por esse novo contexto, garantindo a segurança e o bem-estar da população.
Impacto das Mudanças Climáticas nas Frentes Meteorológicas
De um lado, um El Niño extremamente forte, com todos os oceanos mais quentes, não apenas o Pacífico, como é comum no fenômeno, e uma onda de calor no Sudeste e no Centro-Oeste, que aumentou a umidade no ar e favoreceu a chegada de um ar quente e úmido ao Sul do Brasil.
Intensidade das Mudanças Climáticas na Região Sul do Brasil
Do outro lado, vinda da Antártida, uma frente fria com chuva e vendaval, mas sem força para empurrar o ar quente. Com o El Niño, as frentes andam de leste para oeste, em vez de sul para norte, o que faz com que chova mais tempo em um só lugar, como explica o pesquisador Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Junto a isso, a conjunção infeliz de sistemas tropicais e sistemas polares no Sul do Brasil cria um padrão de clima que inclui períodos de seca intensa e exacerbação de fenômenos climáticos. A ressaca mais extensa enfrentada pela região é um sintoma claro dessas mudanças do clima.
Desafios Enfrentados devido às Mudanças Ambientais
A rivalidade entre o trópico aquecido e úmido e a Região Sul em direção à Antártida tem favorecido as tempestades severas, as frentes frias intensas e os ciclones explosivos, aumentando a imprevisibilidade do clima. O pesquisador Francisco Aquino, chefe do centro polar e climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca o impacto direto das mudanças climáticas nessas condições extremas.
O El Niño forte corresponde ao aumento da temperatura das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial, enquanto a La Niña corresponde à diminuição da temperatura dessas águas. No Brasil, o El Niño provoca maiores volumes de chuvas no Sul, enquanto a La Niña resulta na diminuição dos volumes pluviométricos na região.
Desdobramentos da Mudança Climática no Rio Grande do Sul
Até a metade de 2023, o estado enfrentava uma histórica estiagem, devido a um período prolongado de La Niña, que perdurou por mais de dois anos, com pouquíssimos períodos de chuva. O governo federal chegou a estudar a implantação de um sistema de cisternas em algumas regiões para lidar com a escassez hídrica.
Foram três anos consecutivos de quebras de safra agrícola no estado devido à seca, impactando diretamente o Produto Interno Bruto (PIB). O estado que detinha uma participação de 6,53% no PIB do país em 2019, viu essa proporção reduzir para 5,90% em 2023, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística do governo gaúcho.
Desafios Contínuos Face às Mudanças Climáticas
Em setembro do ano passado, sob influência do El Niño, o estado ficou inundado devido à passagem de um ciclone extratropical, resultando em uma inundação considerada histórica, com mais de 50 mortes registradas. Apenas seis meses depois, novas enchentes quebraram novamente os recordes, demonstrando a exacerbação dos fenômenos climáticos.
Nesse momento, quase metade dos mais de 400 municípios gaúchos registraram situação de emergência ou estado de calamidade pública devido às mudanças climáticas e seus desdobramentos. As previsões indicam a continuidade de períodos de chuvas intensas e outros de seca, marcando um cenário desafiador para a região e reforçando a necessidade de medidas efetivas de adaptação às mudanças ambientais.
Fonte: @ CNN Brasil