Aumento do valor da moeda americana é resultado de combinação de fatores, incluindo perspectivas de imposição de novas tarifas comerciais, medidas de imposição de novas tarifas comerciais, de taxas de juros e de medidas de medidas de imposição de um plano fiscal crível.
Desde a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder no primeiro dia de janeiro de 2023, o Brasil tem enfrentado forte pressão cambial e uma inflexão negativa na economia. A expectativa era de que o governo pudesse acertar os rumos econômicos do país e trazer investimentos estrangeiros que ajudassem a reposicionar o país na economia global.
Contudo, a combinação de fatores internos e externos, com a entrada do dólar nas alturas de R$6,00, demonstra a complexidade do tema e a necessidade de uma abordagem mais profunda. O governo precisa de mais informações e análises para tomar decisões assertivas que ajudem a estabilizar a economia e controlar a inflação, que é um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil atualmente.
Força do Dólar Americano e Ameaças à Economia do Brasil
No cenário econômico internacional, a moeda americana Brasil se fortalece significativamente, em virtude de perspectivas de taxas de juros mais elevadas e prolongadas nos Estados Unidos, associadas às medidas de imposição de novas tarifas comerciais pela futura administração de Donald Trump. Esse cenário atrai investidores que buscam proteção para seus ativos em dólar, elevando sua demanda global. No entanto, o Brasil se destaca como uma das moedas emergentes com a pior performance, superando até o peso argentino.
O Brasil enfrenta desafios internos que contribuem para essa situação. A apresentação de um plano fiscal crível e executável enfrenta atrasos, agravando a percepção de risco. Desde a aprovação do novo arcabouço fiscal, substituto do teto de gastos, a dívida pública segue em trajetória ascendente, gerando desconfiança nos investidores. A percepção de que o governo atual não tem convicção em cortes de gastos como forma de dar saúde à economia, mas sim ao contrário, traz rejeição aos investidores.
Isenção de Impostos: Uma Ideia no Momento Errado
A recente isenção de imposto de renda para quem ganha até R$5 mil é uma medida importante, considerando que a tabela do imposto está defasada pela inflação há anos. Isso alivia o bolso de muitos brasileiros. O problema não é a ideia em si, mas o momento em que ela foi implementada. Essa renúncia fiscal ocorreu sem alternativas críveis para compensar a perda de arrecadação.
A Brasil enfrenta um quadro fiscal desafiador. A dívida pública Brasil atingiu 78,6% do PIB em outubro de 2024, um salto em relação aos 71,7% registrados em dezembro de 2022. Isso equivale a cerca de R$9 trilhões. O governo também pagou impressionantes R$869 bilhões em juros da dívida nos últimos 12 meses até outubro. Além disso, o déficit primário acumula R$223 bilhões até outubro, e o déficit nominal atinge R$1,1 trilhão.
A pergunta não é sobre um ataque especulativo, mas sobre a capacidade do governo Brasil de honrar suas dívidas. Se o governo não demonstra essa capacidade, os investidores passam a exigir juros maiores para assumir o risco. Hoje, os títulos do Tesouro oferecem IPCA+ 7% ao ano, que é uma taxa elevada e que atrai investidores, mas que também acelera o crescimento da dívida pública. Isso cria uma bola de neve perigosa, com um ciclo de endividamento que se torna cada vez mais difícil de sustentar.
Fonte: @Baguete