1ª participação do Brasil no Timss. 62% dos jovens de 13 anos não conhecem formas geométricas básicas. Falta de habilidades matemáticas como tabuada, interpretar gráficos simples e somar/subtrair números de três algarismos, o que afeta a economia, como o menor PIB.
De acordo com dados da Pnad Contínua, foi identificada uma carência significativa no aprendizado de matemática entre as crianças brasileiras. O ensino fundamental continua sendo um desafio para o sistema educacional do país, com 51% das crianças do 4º ano ainda não dominando habilidades básicas de matemática, como fazer tabuada, interpretar gráficos simples ou somar e subtrair números de três algarismos. Além disso, essas crianças sequer alcançam o nível de conhecimento considerado ‘baixo’.
Essa carência pode ter implicações negativas a longo prazo, afetando a formação de futuros profissionais e a competitividade do Brasil em áreas de alta tecnologia, como engenharia e ciência da computação. Com o aumento da automação em diversas áreas, a capacidade de resolução de problemas de matemática se torna cada vez mais essencial. Portanto, é fundamental que o sistema educacional brasileiro busque melhorias e investimentos em treinamento e capacitação de professores para atender às necessidades dos estudantes. Além disso, a implementação de tecnologias de aprendizagem personalizadas pode ajudar a reduzir as carências de habilidades básicas em matemática.
Desempenho Inadequado em Matemática: O Que Mostra o Timss
O Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss) divulgou resultados preocupantes em relação ao desempenho dos alunos brasileiros em matemática, sobretudo em comparação com outros países. A média do Brasil em matemática, entre os alunos de 9 anos, foi de 400 pontos, colocando o país à frente de apenas três dos 64 países participantes: Marrocos, Kuwait e África do Sul. No entanto, em comparação com o resultado geral das demais nações nessa etapa (503 pontos), é como se estivéssemos três anos escolares atrás delas. Ernesto Martins Faria, especialista em avaliação de políticas públicas educacionais e diretor-executivo do Iede, destaca que é muito cedo para estarmos tão atrasados, considerando que são crianças de 9 anos.
Desafios na Interpretation de Dados em Matemática
Entre os participantes brasileiros do 4º ano, os 5% que tiveram pior rendimento atingiram, no máximo, 259 pontos. Isso significa que eles basicamente não reagiram à prova, indicando que não sabiam responder as perguntas por serem muito difíceis. O nível de dificuldade do Timss é superior ao da principal prova brasileira para crianças dessa idade, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), onde nosso desempenho já é preocupante. Para Faria, é necessário subir a régua, pois a nossa está muito baixa, e as redes de ensino costumam se guiar pelo que é cobrado nessas avaliações. O ideal seria ter uma mistura nacional entre o básico, que já é medido pelo Saeb, e o mais complexo, exigido pelo Timms.
Habilidades Básicas em Matemática: Um Desafio para o Brasil
O Timss também avalia o conhecimento de alunos do 8º ano (idade média de 13 anos). A tendência é a mesma já revelada pelo Pisa, prova internacional que foca na faixa etária dos 15 anos: o Brasil está atrasadíssimo em relação ao que é esperado para o ensino fundamental II. Mais de 60% dos jovens daqui não conseguiram chegar nem ao patamar considerado o mais baixo na escala geral. Isso significa que eles não sabem lidar com formas básicas (como círculo e quadrado) e suas representações visuais, não entendem relações lineares de proporção e não conseguem determinar o lado de um polígono. Além disso, não são capazes de interpretar informações em gráficos. Com média de 378 pontos, o Brasil ficou à frente apenas do Marrocos. Foi ultrapassado por nações como Irã, Uzbequistão, Chile, Malásia, Arábia Saudita, África do Sul e Jordânia.
Tabuada e Habilidades Matemáticas: Um Desafio para os Jovens
Entre os 5% de brasileiros com pior nota, o rendimento mais alto foi de 243 pontos. São casos em que os jovens basicamente não souberam responder a nada. Em ciências, o desempenho dos brasileiros foi melhor do que em matemática, mas ainda assim insatisfatório. 4º ano: 39% não dominam conhecimentos básicos, como saber informações simples sobre plantas, animais e meio ambiente. O rendimento médio foi de 425 pontos, entre o patamar baixo e o intermediário. 8º ano: mais de 60% dos jovens não são capazes de realizar atividades básicas em matemática, como somar e subtrair números de três algarismos e interpretar gráficos simples.
Fonte: © G1 – Globo Mundo