Pesquisa divulgada comparou tirzepatida e semaglutida em injeções semanais, princípio ativo do medicamento Wegovy e medicamentos Ozempic e Mounjaro.
A obesidade é um problema de saúde pública sério no Brasil, afetando mais de 60% da população. A luta para controlar a obesidade é de verdadeiros desafios, exigindo uma abordagem integral e multidisciplinar.
Desde 2016, avanços significativos foram registrados na área da obesidade, com o surgimento de novas terapias e medicamentos. No entanto, ainda há muito a ser feito. A excessiva gordura corporal é um fator de risco para diversas doenças crônica, incluindo diabetes e doenças cardíacas. Perder peso de forma sustentável é um passo crucial para a prevenção e manejo dessas condições. A perda de peso pode ser alcançada por meio de uma combinação de mudanças no estilo de vida, como uma dieta equilibrada e exercícios regulares, ao lado de apoio médico, se necessário. A doença crônica é frequentemente associada ao excesso de gordura corporal e pode ser controlada com o auxílio de profissionais de saúde. Em 2022, a obesidade já era considerada uma epidemia global, com impacto direto na saúde pública das nações.
Desafio no Combate à Obesidade: Insulina ou Injeções de Medicamentos?
A obesidade é uma doença crônica que afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, e sua incidência tem aumentado significativamente nos últimos anos. Nesse contexto, a busca por tratamentos eficazes e seguros tem ganhado destaque. Duas opções, em particular, têm chamado a atenção: a tirzepatida, princípio ativo do medicamento Mounjaro, e a semaglutida, princípio ativo do Wegovy e do Ozempic, ambos indicados para o diabetes tipo 2.
Uma recente pesquisa controlada, financiada pela Eli Lilly, comparou os efeitos dessas medicações em pacientes com obesidade residentes nos Estados Unidos e em Porto Rico. Os resultados foram impressionantes: os participantes que receberam a tirzepatida perderam, em média, 22 quilos, enquanto os que receberam a semaglutida enxugaram 15 quilos no período de um ano e meio. Esses números expressivos refletem a eficácia desses medicamentos no tratamento da obesidade.
O estudo também revelou que a tirzepatida apresentou uma redução de peso relativa 47% maior em comparação com a semaglutida. No entanto, é importante notar que a tirzepatida ainda não foi aprovada pela Anvisa para tratar a obesidade e, portanto, não está disponível nas drogarias para esse fim. A semaglutida, por outro lado, já é amplamente utilizada no tratamento do diabetes tipo 2.
A administração desses medicamentos, via injeções semanais, mimetiza hormônios do aparelho digestivo, potencializando a saciedade e o controle da glicose no sangue. Especialistas saudaram essas medicações como um divisor de águas no tratamento da obesidade, superando outros princípios ativos existentes no mercado.
No entanto, o preço dessas terapias é alto, considerando a renda do brasileiro, e elas não são fornecidas pelo SUS. Além disso, essas injeções não representam uma cura definitiva para a obesidade, mas sim um tratamento constante que depende da adesão dos pacientes ao longo do tempo.
‘Esse é o desafio na vida real, inclusive para essas medicações: manter a adesão no longo prazo’, afirma o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, da USP de Ribeirão Preto.
Enquanto a Eli Lilly celebra o pódio no duelo, a Novo Nordisk pondera, em nota, que aguarda o conjunto completo dos dados assim que o trabalho for revisado por pares ou publicado.
‘Os estudos com as novas medicações são importantes porque nos ajudam a ter mais previsibilidade da resposta ao tratamento’, diz o médico Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
A batalha pela perda de peso é complexa e multifacetada, e o tratamento da obesidade exige uma abordagem integral que envolva mudanças na dieta, no estilo de vida e no uso de medicamentos, como a tirzepatida e a semaglutida. Embora essas opções sejam promissoras, é fundamental abordar a obesidade como uma doença crônica que depende de um tratamento constante e de uma adesão ativa dos pacientes ao longo do tempo.
Fonte: @ Veja Abril